Sem Música, Sem Graça!

Não importa seu estilo musical favorito, não importa se você gosta ou não do filme Vingadores Ultimato… Você é OBRIGADO a admitir que essa cena seria completamente diferente sem música.

Consegue imaginar essa cena muda como esse gif?

“Música é o Alimento da Alma deixe-a tocar”

 

O autor da citação acima é Willian Shakespeare, pra quem não conhece Shakespeare era um escritor, poeta e novelista inglês do Sec. XVI, autor de obras como Henrique V, Hamlet, Romeu e Julieta e Othelo.

A Origem da música ainda é um tanto difícil de datar, porém os gregos foram os primeiros (pelo menos até onde se sabe) a estudar a música como uma ciência. Música vem do Grego μουσική τέχνη – musiké téchne, ou pra simplificar, a Arte das Musas.

Sim! É dessas musas que eu estou me referindo.

Mas acalme-se padawan, eu não vou dar uma aula de história aqui, tudo isso é pra explicar o quão importante é e o quanto a música é importante, até mesmo no RPG. Os gregos já usavam músicas em suas peças teatrais desde o Sec. IV A.C, as peças teatrais da Grécia, os colossais anfiteatros romanos, o Coliseu com os gladiadores na antiguidade, tudo isso já usava a música para enfatizar e dar peso as emoções encenadas (ou nem tanto no caso dos pobres gladiadores).

Roleplay

As músicas quando colocadas no momento certo, podem induzir o roleplay fluir delicado como riacho, ou avassalador e intenso como uma cachoeira, tudo que se precisa ter é TIMING. Mas aí você pode me perguntar nos comentários: “Ah Mekai, como eu posso aprender esse timing.” Bom meu caro leitor, posso te garantir que não é fácil, e precisa haver muita afinidade entre os jogadores e principalmente entre os jogadores e o mestre. E infelizmente, o termômetro pra medir a temperatura da mesa está nas mãos do mestre. Porém, quando existem mestres desligados, (Eu sei bem disso pois, eu já fui um) cabe aos jogadores auxiliarem o mestre para que ele não faça a mesa desanimar ou até mesmo brochar a mesa. Então, eu vou dar algumas dicas para você jogador, ajudar seu mestre caso ele esteja com problemas.

Tenha sensibilidade

Sim, é isso mesmo, tenha sensibilidade, as vezes pode acontecer de o narrador não estar muito afim de narrar, mas narra mesmo assim pra não deixar a galera sem jogo. Isso pode acontecer mais vezes do que você imagina, e apenas um player mais sensível irá notar isso, então, ajude seu mestre. Não faça perguntas idiotas, não fique pendurado no celular, nem fazendo piadas. Ajude seu mestre, quando ele começar a descrever uma cena numa grande cidade, pegue seu celular, (NÃO É PRA FICAR NAVEGANDO) vá no Youtube, procure um áudio de uma metrópole, deixe a tocando com volume suficiente pra não atrapalhar a narração do mestre. Seu mestre com certeza vai gostar da sua atitude, e quem sabe pode até rolar um Xpzinho extra, por que não?

Perca um tempo do seu dia ouvindo coisas novas, pode ser que algo novo pode nascer.

Ajude seu mestre

Crie e dê ao seu mestre uma trilha sonora dos locais que você mais frequentam, a taberna, a floresta, a caverna, a praia, a selva… invente, seja criativo, faça uma playlist e compartilhe com seus amigos, e o seu mestre. E claro, cobre ele pra que ele use, afinal, já que você teve o trabalho de fazer aquilo, nada mais justo do que ele use, mas caso o mestre não queira, não insista.

Seja Ousado e Criativo

Já percebeu que personagens recorrentes tem sempre uma música que toca quando fazem alguma coisa? Pois é, já pensou que seu personagem pode ter a mesma coisa, e tocar aquela música incrível, naquele momento tenso, em que todo o grupo depende da sua rolagem… Imagine a música tema do seu personagem naquele ultimo golpe contra o barão malvado que foi responsável pela morte da sua família. E sua vingança estará finalmente concluída.

É uma sensação épica, que todo jogador de RPG deveria experimentar, é claro, nada disso importa se você não fizer sua parte, que é montar sua trilha sonora, e interpretar com veracidade o seu personagem, nenhuma música fara seu personagem ser incrível sem um role play afiado. Se você já assistiu One Punch man, conhece a trilha sonora do Protagonista Saitama sempre que manda o seu golpe devastador… (Meu top 3 Animes)

Se você assistiu esse anime, você consegue ouvir a musica dele tocando.

Faça uma lista e Compartilhe

Se você já escolheu suas músicas, agora faça uma lista e compartilhe com seu grupo para que ouçam também. Mas como diz no rótulo de bebidas, “Aprecie com Moderação” NÃO EXAGERE, não coloque trilhas sonoras épicas e só de momentos de vitória, tenha bom senso, coloque músicas com temáticas para sentimentos variados, uma música de vitória, uma música pra momentos de raiva ou fúria, música pra momentos tristes e reflexivos, e música de superação. Não importa o tema da sua mesa, medieval, futurista, cyberpunk, anime, heróis… não importa, o que importa é que as musicas transmitam os sentimentos que você deseja despertar. Se não souber a música que está procurando, pergunte aos seus companheiros. Pode ser que eles tenham ouvido algo que acham a cara do seu personagem, e você não.

Seu personagem merece uma boa trilha sonora.

Por ultimo, tenha maturidade.

Pode ser que as vezes o mestre rejeite sua sugestão, ou até mesmo que o grupo ache que não tem nada haver com seu personagem, não pistole, não surte, procure saber o porque acham isso, pode ser que os jogadores tenham mais receio de falar a verdade pra você, mas provavelmente o mestre vai tentar corrigir suas falhas. Se você acha que eles tem razão, aceite a sugestão, procure melhorar, agora se você acha que todos estão errados e só você está certo… tenho uma péssima notícia pra você meu caro.

Piadas a parte, pode ser que dê muito trabalho, pode ser que talvez você não tenha tempo, mesmo faltando tempo, se esforce um pouco, como foi dito antes, a recompensa vale muito a pena, e a satisfação de ter uma aventura mais viva vale cada segundo, e cada acorde tocado.

Mas não esquecendo, nosso canal no youtube tem algumas playlists que podem ser uteis em sua aventura. Aproveite!

Bardos e suas motivações – Classes D&D

Olá cantores e cantoras, eu sou Willian Vulto e esse já é o décimo post da minha série sobre as classes de D&D. Semana passada eu falei sobre Rangers e semana eu falo sobre os Bardos.

Sobre os Bardos:

O Bardo sempre foi uma classe que eu não entendo bem. A figura do menestrel que, além de contar histórias, vive suas próprias aventuras funciona para mim, mas eu tenho dificuldade de imaginar um personagem que luta enquanto canta, ou pior, toca um instrumento musical. Eu vou tentar adaptar esse fator conforme for pensando os tipos de Bardo.

 

 

Os Bardos, mais do que músicos são artistas performáticos completos. A principal perícia que gere a ‘Música do Bardo’ se chama Atuação e não Música. Isso gera algumas possibilidades interessantes.

De forma geral, o Bardo tem uma ligação direta com a música e com as artes. Então o perfil de artista desse personagem vai interferir na personalidade desse Bardo.

Outra característica interessante é que o Bardo não pode ser Leal. Isso ocorre por dois motivos:
1) por que o Menestrel, os artistas, as dançarinas são, por natureza, pessoas que vivem à margem da sociedade, sendo desligados das instituições tradicionais. Para o Bardo o exército é muito hierárquico, os Clérigos e Paladinos são excessivamente devotos, os Magos são riquinhos esnobes em suas universidades e os Monges são muito chatos. Os Druidas, Rangers e Bárbaros são mais autênticos e desprendidos, mas o Bardo prefere a cidade e a civilização, onde a cultura é mais viva e mutável do que em culturas tradicionalistas.
e 2) Por que os Bardos, enquanto artistas, são espíritos livres e não tendem a ficar presos em nenhum tipo de amarras, tratos e sociedades. A moralidade do Bardo é tão fluída quanto sua música.

 

 

Então, o Bardo é esse cara que não se prende a nada e acha todo mundo careta e formal demais, mas acaba precisando dos outros para poder se aventurar pelo mundo. Mas, por que um artista resolve se aventurar pelo mundo? Essa é uma das perguntas que vai servir de base para a criação de um Bardo.

Alguns tipos de Bardos:

O Antropólogo Musical:

O Antropólogo Musical já conhece a maior parte cultura dos reinos mais conhecidos, mas sente que precisa conhecer ainda mais para melhorar as suas habilidades. Esse tipo de personagem sente uma grande vontade de viajar pelo mundo conhecendo as culturas perdidas e distantes do mundo.
Como é a música dos Goblins? Como dança o povo Bárbaro das Terras Selvagens? É possível sobreviver ao canto das sereias e aprender com elas? Como funcionam a magia tribal que os Minotauros fazem com tambores?  Essas são algumas perguntas que o Antropólogo Cultural quer responder.

Esse tipo de personagem respeita muito todas as formas de cultura e vai entrar em conflito com personagens preconceituosos. Se o Guerreiro do grupo acha que os Goblins devem ser exterminados, o Antropólogo vai defender que eles tem uma cultura complexa e muito mais antiga do que a dos humanos, por exemplo.

O Escalador Social:

O Escalador Social é um Bardo que conheceu, de alguma forma, a vida boa da nobreza. Ele acredita que, com sua arte, e uma boa quantia em dinheiro, ele pode deixar de ser um menestrel errante, e poderá se fixar em uma corte nobre, onde terá a boa vida que merece.

Esse tipo de personagem vai se aventurar para conseguir arrecadar algum dinheiro, fama, mas vai tentar usar seu grande carisma para pular etapas. Toda vez que um contratante nobre aparecer, esse tipo de Bardo vai tentar impressioná-lo e bajulá-lo a fim de conseguir algum status.

Esse personagem tem vida curta. O jogador tem que estar pronto para abandoná-lo assim que ele tenha uma chance de conseguir seu grande objetivo, que é se aposentar da vida de aventureiro.

 

 

O Contador de Histórias:

O Contador de Histórias conhece todos os épicos dos antigos heróis montados em Dragões, mas sente a necessidade de conhecer novas histórias. Esse tipo de Bardo vive em uma zona de conforto até que o chamado da aventura surge próximo a ele. Quando ele percebe que um grupo de mercenários está sendo contratado, ele se sente compelido a embarcar na aventura para ter a chance de construir a próxima grande história de heróis, ou morrer tentando.

Durante os combates e os momentos de clímax, esse tipo de personagem parece mais preocupado em como ele vai contar essa história, do que em como ficar vivo. Isso pode gerar momentos legais de interpretação.

A Dançarina:

Podem haver dançarinos homens, mas eu sou muito fã de Final Fantasy Tactics, onde só os homens podem ser Bardos e só mulheres podem ser Dançarinas.

A Dançarina não toca música, mas luta dançando e se move de forma tão graciosa que é capaz de inspirar os aliados e encantar os inimigos. É comum que a Dançarina seja uma mulher libertina e desinibida que sofre preconceito por ser uma mulher livre. Por outro lado, também existem dançarinas mais contidas, mas que acessam uma forma de gnose e se libertam apenas quando estão dançando. Ambos os tipos se destacam por seu carisma. Dançarinas são pessoas agradáveis de se ter por perto.

Esse conceito funciona e pode ser trabalhado com alguns dos anteriores.

 

Dancer em Final Fantsy Tactics

 

O Informante:

Uma das habilidades mais legais dos Bardos são os Conhecimentos de Bardo. O Bardo tem acesso a toda uma subcultura de contadores de história, fofoqueiros, e pessoas que falam demais. Esse tipo de personagem pode ser excelente como NPC em uma aventura urbana focada em uma cidade. Aquela pessoa que sabe quem negocia quem, quem deve para quem, e quem está traindo quem.

O Informante pode ser passivo, fornecendo informação em troca de dinheiro e favores, e pode ser ativo, atuando como um Espião (veja o post do Ladino) ou um Investigador (veja o Post do Ranger).

O Intermediário:

O Bardo faz magia Arcana e possui cura. Ele também tem perícias de ladino (Usar Instrumento Mágico é uma delas) e um alto Carisma. Isso faz com que os Bardos estejam no meio termo de todas as classes não exclusivamente combatentes.

O Intermediário vive nas tavernas e conhece todo mundo. Mais importante do que isso, ele é conhecido por todo mundo, sendo totalmente necessários para algumas negociações. O Intermediário vive em uma zona de conforto, realizando pequenos negócios, mas essa posição de confiança comumente o coloca em situações de risco. Um grupo de mercenários pode ter que levar o Bardo junto, simplesmente por que ele é o único que conhece o contado na outra cidade, colocando o Informante no meio de uma campanha inesperada.

 

 

Em Resumo: Os Bardos raramente se aventuram por motivos heroicos. Normalmente eles viajaram por interesses ou simplesmente por que caíram no meio de uma campanha. Quais são os objetivos desse Bardo? E por que ele saiu de sua zona de conforto. Essas são algumas das perguntas para fazer um bom Bardo.

Fazer bons Bardos é mais fácil do que parece. É só não ter medo de ser criativo.

 

 

Então esse foi mais um texto meu.
Deixe sua opinião aqui nos comentários.
Espero estar de volta na semana que vem.

 

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