Mensagens Subliminares no seu RPG- Aprendiz de Mestre

Mensagens Subliminares no seu RPG. Vamos, agentes rpgistas. Todo cuidado é pouco!

Depois de ponderarmos sobre boas práticas no RPG, falarmos de morte dignas de personagens.

Vamos agora por um terreno mais sombrio. Um pouco paranóico, talvez?

Afinal, o que são…

Mensagens subliminares no seu RPG?

Bom, uma mensagem subliminar é uma mensagem “escondida“, dentro de outra mensagem.

Via de regra, com objetivo de influenciar os ouvintes a fazer algo que eles podem não querer. Como apoiar um projeto.

Vamos a um exemplo clássico.

Você está num supermercado. Ouvindo aquela musiquinha ambiente. Mas de vez em quando, a música pop é interrompida, tem uma voz dizendo:

compre, compre, você merece, compre! Promoção de leve 3 e pague 4! ” 

De maneira a estimular o consumo.

Mas também há …

Mensagens subliminares em obras da cultura (pop)?

Sim, e fique atento, pois podem nos ouvir. Um movimento em falso, e tudo pode estar perdido.

Um dos meus filmes de terror preferido é totalmente “pautado” nessa premissa, se chama “Eles vivem”, de John Carpenter, lançado em 01/12/1989. 

Eles vivem – poster

Sem dar muito spoiler, uma pessoa acha óculos escuros que lhe permitem “ver” mensagens (e algo mais?) subliminares. Só vou adiantar, algo olha pra ele de volta…

Ha também discos de música que tocam mensagens “estranhas” quando são rotacionados ao contrário ( olha a lenda urbana…)

Anagramas, palavras ao contrário, e…

Até msm plvrs sm vgs pdm sr ntrprtds por nosso cérebro

Mas como passar essa sensação de subterfúgio na sua mesa de RPG?

Exemplos.

Use “suco de limão” — funciona como tinta invisível, escreva uma mensagem, veja se os jogadores sentem o cheiro de limão e aquecem o papel para aparecer a mensagem.

Passe bilhetes com mensagens diferentes para cada jogador, sobre algo que somente aquele personagem jogador percebeu, em determinada sala ou evento.

Algo como:

“você sente um leve cheiro de enxofre. Mas só você…”

“Você escuta uma voz sussurrando para olhar atrás da estante. Mas somente você parece escutar…”

Ou ainda, fale baixo no ouvido de um jogador algo que só o personagem dele percebeu, ou mesma uma mensagem em chat privado, se estiver on LINE.

Mensagens subliminares no seu RPG …

Caem bem em aventuras de espionagem, investigação ou terror.

Desde jogos como “In to the madness” , da Editora Nozes Game Studios, até “Delta Green” e “Vaesen“, já financiados com sucesso pela Editora Retropunk, (atenção para o código movimentoRPG10)!

Delta Green
Vaesen

passando ainda pelo terror/sobrevivência de “Herança de Cthullu” da Editora 101 games. (Este herança de Cthullu, ainda tem o boardgame! ).

 

Night’s Black Agents, no Brasil pela Editora New Order

Achou pouco? Grave uma mensagem de voz num tom baixo, modifique um pouco a voz, e mande para seus jogadores de 1 a 5 minutos antes da sessão. Pode ser uma mensagem diferente para cada um deles.

Pensa que isso é paranóia? Agências de propaganda estão mandando mensagens subliminares para você a todo momento.

Imagem de um sanduíche? (Coma!)

Uma bela mulher (ou homem) de roupa de banho, ao sol, languido como um felino? (Procrie!)

Um grupo de pessoas jovens e lindas tomando bebida alcoólica? (Beba! Consuma!)

E finalmente…

Sua missão, se você decidir aceitar…

Mensagens subliminares

Se curtiu e quiser dar uma chance a mais conselhos deste humilde escriba e produtor de conteúdo, seu criado, em breve abordarei este tópico no nosso podcast, o dicas de RPG. Adeus, não até breve, agente.

Fim da mensagem cifrada. (Achou a mensagem subliminar no texto?…) 

 

Até breve, e por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!

 

Accursed – Explorando Mundos Selvagens

O cenário de Accursed, criado por Ross Watson e publicado no Brasil pela Editora Retropunk, é uma fusão sombria de fantasia gótica e horror, ambientado em um mundo pós-apocalíptico chamado Morden.

Como jogadores vocês não interpretam heróis tradicionais, mas sim os Amaldiçoados: seres transformados em monstros por poderosas bruxas conhecidas como As Bruxas da Desgraça.

O cenário se destaca por sua abordagem narrativa única, explorando temas como corrupção, redenção e o custo moral do poder.

Combinando elementos de contos de fadas distorcidos, mitologia europeia e horror lovecraftiano, Accursed oferece um pano de fundo rico em ambiguidade e tensão, onde a linha entre herói e vilão é constantemente apagada.

O Legado das Bruxas da Desgraça e a Queda de Morden

A história de Morden é marcada pela Grande Guerra, um conflito catastrófico entre as nações do continente e as Bruxas da Desgraça, entidades antigas que personificam diferentes aspectos da escuridão.

Originalmente, as Bruxas ofereceram poder aos líderes humanos em troca de servidão. Mas quando esses pactos foram quebrados, elas desencadearam uma invasão sobrenatural conhecida como A Noite das Lágrimas.

O resultado foi a quase destruição de Morden: reinos foram reduzidos a terras baldias, cidades transformadas em necrópoles e populações inteiras escravizadas ou transformadas em monstros.

Cada Bruxa governou durante muito tempo um Reino Amaldiçoado, impondo sua visão distorcida à geografia e aos sobreviventes. Por exemplo:

  • Baba Yaga, a A Velha Avó: reside nas frias e densas florestas de Steppengrad com suas criaturas feitas de gelo e ossos.
  • Hecate, a Rainha Negra: uma criatura feérica de imenso poder, que controla os Picos Muralhanegra com suas espíritos e criaturas espectrais.
  • Bruxa de Sangue, A Condessa: é uma figura quase humana, que reside em Valkenholm e faz frequentes aparições na Corte, e sua beleza sobrenatural e juventude eterna geram os mais diversos rumores.

Após a guerra, as Bruxas foram derrotadas pelo Sacrifício dos Sete, um grupo de heróis que selou seu poder usando artefatos místicos.

No entanto, a vitória foi parcial: as Bruxas ainda influenciam o mundo através de marcas de maldição, e seus servos, os Amaldiçoados, são tanto vítimas quanto agentes de seu legado.

Os Amaldiçoados: Monstros em Busca de Humanidade

O cerne de Accursed está nos próprios jogadores, que interpretam Amaldiçoados — humanos transformados em criaturas sobrenaturais pelas Bruxas.

Essas transformações, chamadas Maldições, concedem poderes terríveis, mas ao custo da humanidade.

Cada personagem carrega uma Marca da Bruxa, um símbolo físico de sua ligação com uma das Bruxas, que os corrompe gradualmente. Por exemplo:

  • Dhampir (Maldição da Bruxa de Sangue): Alimenta-se de sangue, ganha agilidade sobrenatural e seus sentidos aguçam, mas sofre danos letais de artefatos de madeira.
  • Múmias (Maldição de Djinn): Extremamente resistentes a Dano, a maioria destas criaturas usa seus próprios sarcófagos como armaduras, uma vez que são forçados a passar boa parte do tempo dentro deles.
  • Mongrels (Maldição de Górgona): Estas criaturas foram criadas pela Bruxa ao misturar partes humanas e de animais. Cada Mongrel é único, e suas habilidades vão muito além de qualquer humano comum, mas a dor da cirurgia realizada por Górgona é uma constante na vida destes amaldiçoados.

A mecânica de Corrupção é central: quanto mais um Amaldiçoado usa seus poderes, maior o risco de perder o controle e se tornar um NPC antagonista.

No entanto, há esperança. Os jogadores podem buscar Redenção, destruindo artefatos ligados às Bruxas ou resistindo à tentação do poder.

Essa dualidade cria dilemas profundos: usar habilidades monstruosas para proteger inocentes pode acelerar a queda do personagem, enquanto a abstenção os deixa vulneráveis.

Além disso, os Amaldiçoados são marginalizados. Sobreviventes humanos os veem com desconfiança, temendo que sejam agentes das Bruxas.

Isso adiciona camadas de conflito social: os jogadores devem negociar com facções desesperadas, e muitos acabam se unindo a Ordem dos Penitentes. Um dos poucos grupos que aceita os amaldiçoados como eles são.

Tons Sombrios e Ambiguidade Moral

Accursed evita clichês de “bem versus mal” em favor de nuances cinzentas.

Até as Bruxas têm motivações complexas, e os humanos tem sua parcela de culpa na guerra que ocasionou as mudanças atuais do cenário.

Os Reinos Amaldiçoados não são meros cenários de horror, mas reflexos das falhas humanas — ganância, medo e arrogância — que permitiram o domínio das Bruxas.

O cenário também incorpora elementos de horror cósmico.

As Bruxas não são simplesmente malignas; são entidades além da compreensão mortal, cuja verdadeira natureza é revelada através de pistas fragmentadas.

Seus servos incluem criaturas que desafiam a lógica, como os Espectros do Cárcere, seres feitos de sombra e angústia, ou os Engolidores, monstros que assimilam memórias de suas vítimas.

sobrevivência é um tema constante. Cidades fortificadas são ilhas de resistência, mas até nelas a paranoia e a escassez de recursos geram conflitos.

Missões podem envolver escolhas desesperadas, como sacrificar uma vila para salvar uma cidade ou libertar um monstro para combater um mal maior.

Um Cenário para Histórias de Luz nas Trevas

Accursed brilha ao oferecer um cenário onde a esperança persiste, mas nunca sem custo. Sua riqueza está na profundidade de seu mundo e na complexidade de seus personagens.

Os Amaldiçoados são figuras trágicas, forçadas a confrontar não apenas monstros externos, mas a escuridão dentro de si mesmos.

Com uma mitologia detalhada, antagonistas multifacetados e um sistema que recompensa narrativas emocionais, Accursed é uma experiência imersiva para grupos dispostos a explorar os limites entre heroísmo e monstruosidade.

Seja buscando redenção ou abraçando a maldição, os jogadores encontrarão em Morden um mundo onde cada vitória carrega o sabor amargo da perda — e onde até a escuridão pode ter uma centelha de humanidade.


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Autor: Álvaro Bevevino.
Revisão: Raquel Naiane.

Não Saiam à Noite parte 02 – Histórias de Fogueira #3

A série Histórias de Fogueira irá trazer alguns contos de terror sobre temas variados. Em “Não Saiam à Noite” iremos acompanhar uma jovem artista que irá passar alguns dias em uma mansão com sua família. Será que é mal assombrada?

Essa é a segunda parte do conto “Não Saiam à Noite”. Para ler a primeira parte, clique aqui.

Não Saiam à Noite

Fomos ao restaurante, mas eu não lembro qual o gosto da comida porquê eu estava tentando não surtar. Se eu falasse com meus pais, o que seria de nós? Eu não sei do que esse homem seria capaz. Ele está envolvido com alguma coisa sobrenatural. E isso me apavorava. 

Passei o jantar todo com as mãos tremendo. Eu não conseguia comer porque tinha um nó na minha garganta, no entanto eu tentava agir normalmente. A pessoa à minha frente havia teletransportado-se do sótão para a sala. O que ele poderia fazer com a minha mãe, com meu pai e comigo? Eu sabia que se fizesse qualquer coisa ele notaria. Mesmo se tivesse sinal de telefone não conseguiria ligar para a polícia. 

Quando estávamos indo para o carro, tudo estava muito escuro. Havíamos estacionado um pouco longe e tinha apenas um poste iluminando o ambiente. O local que servia de estacionamento tinha o chão de areia e pedra. Devia ser umas 23 horas e eu ainda estava temendo pela minha família. Não sabia o que fazer, meus pais entraram no carro e eu vi mais uma vez aquele par de olhos na escuridão, me encarando ao longe.

Entrei rapidamente no veículo e partimos de volta para casa. O caminho tinha subidas e descidas, e a cada morro eu passava mal e piorava. Chegando lá, nós ouvimos algo vindo do sótão. Júlio empalideceu e disparou escada acima para ver o que era depois de dar uma desculpa qualquer. Aproveitei a deixa! Meus pais estavam entrando no quarto, desse modo, corri atrás deles para dizer que deveríamos ir embora dali o mais rápido possível.

Eles fecharam a porta antes que eu os alcançasse, mas quando eu a abri, logo em seguida, meus pais estavam mortos! Como? Foi uma questão de segundos! 

Ambos estavam cobertos de tinta. Como se eles tivessem sido afogados. Os corpos estavam cobertos de tons de verde e azul, deitados na cama de casal, um ao lado do outro. O cobertor branco abaixo deles estava coberto de sangue. A boca dos dois estava aberta, onde podia-se ver um líquido laranja formando uma espécie de piscininha que escorria para os lados. Em seus rostos uma expressão de puro pavor.

Minha visão começou a ficar turva e minhas pernas ficaram pesadas, eu não podia acreditar. Como isso era possível? Por quê? O que vai acontecer? Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, escutei uma voz familiar atrás de mim. Júlio!

– Sabe, Morgana, é muito mal educado você simplesmente quebrar as regras da casa dos outros.

Eu não havia virado para trás, mas pude sentir a mão gelada e coberta de sangue dele no meu ombro esquerdo. Podia ouvir sua voz na minha orelha direita, e a sua outra mão mostrando, em frente ao meu rosto, o meu anel. O anel que eu esqueci de pegar quando havia caído no quintal.

– O problema é que eu posso até ter conseguido ter trazido ele de volta. Pode não ter exatamente a mesma aparência, mas é por dentro que importa!

Eu estava tonta e eu não conseguia ouvir mais o que ele dizia. Queria vomitar… Eu queria correr dali. 

– Você não sabe, mas ele era um pintor igual a você, só que decidiu ficar dias pintando seus quadros a óleo em um quarto trancado. Agora está irritado e não entende que eu fiz tudo isso por ele…

Júlio apertou meu ombro com mais força.

– Então, eu acho que eu vou ter que devolvê-lo onde pertence.

Aproveitando sua distração, me soltei da mão dele e apenas corri. Eu corri sem olhar para onde ia, e no desespero acabei no quintal. 

A única coisa que eu podia ouvir eram os latidos dos cachorros. Logo depois, a mordida de um deles na minha perna, logo em seguida, outro agarrou a outra perna. Rapidamente outros dois avançaram em meus braços, cada um de um lado. E o último, voou no meu cabelo. A dor era insuportável. Eu berrava enquanto Júlio começava seu teatrinho. Ele não queria só nos matar, mas também torturar.

– Morgana, eu não sou mais humano. Fiz de tudo para que ele voltasse para mim…

A criatura de olhos brilhantes que eu tinha visto naquela noite apareceu da escuridão.

– Notei que você conheceu meu devorador de almas. Sabe, se passar muito tempo, elas escapam dos quadros e tentam me matar, então eu precisei libertá-las. E com um pouco de criatividade, ficou divertido matar as pessoas de formas diferentes. Só conto isso a você porque foi você quem me deu o quadro que ressuscitou meu amado, e lhe dou esse luxo, mas agora… Adeus, Morgana.

Ele ia mandar o devorador de almas acabar comigo, mas antes que pudesse fazer algo, o menino da minha pintura o apunhalou. 

O corpo de Júlio caiu com a faca cravada em suas costas. O menino do quadro possuía um machucado fundo na testa, olhou o meu rosto petrificado e assustado e com um olhar triste, porém gentil falou:

– Ele enlouqueceu… Eu sinto muito, Morgana. Obrigada por tudo, todas as almas estão livres agora.

Agora eu sei o que me acordou naquela noite, foi a moça do quadro enquanto tentava sair dele. A criatura desapareceu sem deixar rastros e os cachorros estavam mansos num piscar de olhos. Lambiam meu rosto e os machucados. O loiro chegou mais perto de mim e me deu um abraço. 

Eu precisava muito desse abraço…

Enquanto me abraçava, sussurrou em meu ouvido que finalmente poderia morrer. Ele simplesmente me soltou e saiu mata adentro, desaparecendo da minha visão. 

Eu estava muito abalada para fazer alguma coisa depois disso. Em meio a lágrimas e lambidas dos cães, eu ouvi as sirenes de uma viatura tocando. 

Viatura tal, que depois descobri foi chamada por um tal de Jandir. O autor dos quadros? A única pessoa que poderia ter chamado a polícia era o menino da pintura… Então esse era o Jandir.


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Não Saiam à Noite parte 02 – Histórias de Fogueira #3

Texto e Arte da Capa: Minna Cordeiro.
Revisão: Raquel Naiane.


Encontre mais contos clicando em: Histórias.

Ecos da Fantasia – parte 1- resenha

Ecos da Fantasia – nossa resenha sobre um livro-jogo, nacional, com 10 aventuras, cada uma de um autor diferente, com 50 passagens cada uma. Deixe a Fantasia Ecoar!

Livro-jogo — Ecos da Fantasia — ficha técnica

  • 256 páginas, com dez histórias interativas – uma delas, em inglês
  • Autores: Athos Beuren, Newton Nitro, Edilaine Vieira Lopes, Pedro Panhoca da Silva, Jeferson Schaefer, Vitor Coelho, Caroline Paseto Sulzbacher, Eduardo Beuren, André Wagner da Silva e o autor mirim Matteo Garcia Baum
  • ilustrações de Gabriel Fonseca e design gráfico de Daielyn Cris Bertelli
  • autografados por Athos Beuren
  • Editora Independente
  • publicação de 2024

Ecos da Fantasia em números

Projeto de sucesso no catarse, com arrecadação de 11.285 reais, (112% da meta) e 115 apoiadores, em 16/10/2024

Em Ecos da Fantasia…

…Você precisa de dados de 6 faces, (ou você pode usar um aplicativo de simulação de dados), papel e lápis.

Claramente inspirados na série de livros jogos Fighting Fantasy. Mas com algumas modificações nas regras.

São no total 500 passagens, é como se você tivesse vários livros jogos num só. E mesmo com regras valendo para todas as aventuras turas, cada uma delas tem uma ambientação e “sabor ” bem diferentes.

Assim, falemos sobre a primeira aventura…

Xadrez com a morte no lado escuro da lua…

de Athos Beuren, foge do lugar-comum de livros-jogos, com uma ambientação de ficção científica e terror, no lugar da clássica fantasia medieval. Achei um grau de dificuldade um pouco alto demais, mas não frustrante.

Por outro lado, isto fez um contraste gostoso com a aventura seguinte…

Zigurate da Chama Viva, onde…

Precisamos invadir uma pirâmide inca (ou azteca?) para salvar crianças capturadas da nossa aldeia. Somos uma guerreira, com um histórico que é utilizado em pelo menos um desafio da Estória. Há muito eu queria jogar algo do Newton Nitro, e esta aventura supriu essa vontade. 

Pontos fortes de Ecos da Fantasia 

  1. Você tem uma experiência de jogo e literatura de uma vez só.
  2. As aventuras curtas, com 50 passagens, permitem uma experiência completa num tempo curto, com início, meio e fim.
  3. Ideal para iniciar no universo de RPGs e livro jogos, especialmente jovens leitores.
  4. Achei excelente para levar em viagens.

Entretanto, temos pontos fracos de Ecos da Fantasia?

  1. Se você quer uma experiência mais longa ou profunda, não é aqui. Não que seja ruim, mas a “censura 12 anos” limita um pouco a s opções narrativas.
  2. Rejogabilidade boa, mas limitada, claro.
  3. A primeira aventura, Xadrez com a morte no lado escuro da lua, tem uma ou duas passagens que pediram demais da minha suspensão de descrença. Mas minha filha de 14 anos adorou.
  4. Há uma pequena falha nas regras. Para definirmos sua confiança, gastamos 1 crédito, num momento do texto, mas no resumo, gastamos 2 créditos. Qual está correto? Oras, o livro é meu, eu escolhi o que achei melhor – Buahahahaha! Parte da aventura!

Minha impressão pessoal,…

É que este é um livro-jogo de um autor brasileiro experiente, que teve a (feliz) idéia de convidar outros autores para uma coletânea de fantasia. No fim das contas, são 10 autores!

Gosta de livros-jogos? Quer introduzir uma criança ou adolescente no hobby, afastando das telas? Está aqui uma boa oportunidade. E ainda fomenta os escritores nacionais.

Em breve, jogarei as outras aventuras que me aguardam, e farei a parte 2 da resenha.

C‌urtiu? Quer adquirir o livro jogo? Então clica em Ecos da Fantasia 

Até breve, que os Ecos da Fantasia também ecoem na sua alma, exploradores! 

Temos outras resenhas, aqui no movimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!


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Não Saiam à Noite parte 01 – Histórias de Fogueira #3

A série Histórias de Fogueira irá trazer alguns contos de terror sobre temas variados. Em “Não Saiam à Noite” iremos acompanhar uma jovem artista que irá passar alguns dias em uma mansão com sua família. Será que é mal assombrada?

Não Saiam à Noite

– Vamos no dia 13!

Foi o que eu ouvi meu pai falar ao telefone enquanto eu passava o pincel pela tela, fazendo o céu nublado e escuro para minhas nuvens ficarem bonitas. Pelo visto, eu teria que começar a fazer minha mala para passar cinco dias fora. 

Meu pai, que adorava uma viagem, aproveitou que toda a família estava de férias e marcou de passar a semana numa casa alugada. O proprietário estaria conosco nesses dias para nos ajudar a aproveitar sem preocupações. A casa que iremos ficar é uma mansão e também, um tipo de fazenda, complicada e luxuosa, por isso seria bom ter a companhia do proprietário conosco.

Como eu havia escutado toda a conversa enquanto pintava meu quadro, painho nem precisou me contar dos planos. Sempre fui enxerida, mas a minha casa também não ajuda, já que a acústica é péssima. 

Eu estava fazendo minha arte na varanda de casa e ouvi tudo que meu pai dizia através da janela da cozinha que tinha vista para frente. Eu estava animada, minha mãe, por outro lado, estava preocupada com a origem do homem que oferecia a estadia. 

– Você ouviu falar desse tal de Júlio onde, Alexandre?

Minha mãe o questionava, levemente irritada, durante o jantar.

– Amanda, meu bem, ele é um amigo de um colega de trabalho meu. Esse meu colega já ficou na casa dele, ou seja, é confiável. Aliás, Morgana, leve os quadros que você fez e mais gosta. Júlio é um apreciador da arte e queria ver se alguma obra sua está à venda.

Tenho certeza que mamãe só não pressionou mais meu pai para desistir da ideia porque eu queria mostrar meu trabalho. E naquela noite eu mal consegui dormir de tanta felicidade. Ele me conheceu e viu meu trabalho pelo Instagram! Eu finalmente estava sendo reconhecida! 

Os dias passaram e finalmente já é dia 13, e estranhamente é sexta-feira. Tenho medo das histórias que contam dessa data, mas tento não me apegar a elas.

As malas já estão feitas, e os quadros equipados, apenas dou uma última olhada na minha mais nova tela: um campo com rosas vermelhas e um caminho de terra. O céu azul escuro, como se fosse o crepúsculo, nublado ao mesmo tempo, e há um homem sentado no campo. Ele tem cabelos loiros e lisos, em contraste com os meus crespos e volumosos. A pele clara e com sardas, enquanto a minha é negra. Os olhos marrons, e os meus escuros como a noite.

Eu o admiro com o queixo apoiado nas costas da minha mão, a mesma que segura um pincel. Estou orgulhosa do meu trabalho! Poderia admirar esse garoto o dia inteiro, já que ele ficou estonteante. Há algo nele que o deixa muito bonito e reconfortante.

Enfim, viajamos e chegamos em casa. Ela era enorme, além de luxuosa e bem distante da cidade. Uma espécie de fazenda, então eu não via motivo para estar de maquiagem e eu tinha um sorriso de tanta animação. 

Júlio quando me viu tomou um susto, não pensava que aqueles quadros viriam de uma menina gótica que nem eu. Botas monstros, mangas listradas pretas e brancas que chegavam aos dedos, combinando com minhas longas meias, camisa e bermuda pretas, com o nome da banda Queen estampada. Meu estilo não combinava com a minha personalidade. Minha mãe me alertou, antes da gente chegar, para tomar cuidado com ele, já que não o conhecíamos. 

Ele mostrou nossos quartos, dessa forma, meus pais ficaram no andar de baixo enquanto eu fiquei numa suíte do segundo andar, onde tinha uma varanda grande o suficiente para armar uma rede e relaxar. Vimos alguns quadros pelos corredores assinados pelo artista Jandir. Eram todos belos, e um que chamou atenção era o de um enorme beija-flor pintado.

O lugar era uma fazenda, então nós ajudamos com as cabras e galinhas, além dos outros animais. O dia foi bem divertido! Quando enfim chegou de tarde, quase anoitecendo, o dono da casa nos disse as regras:

– Durante a noite vocês vão precisar fechar as janelas para nenhum morcego ou inseto entrar. Como a noite é fria, então não se preocupem com o calor que possa ficar aqui dentro. Não entrem no sótão, lá vocês correm o risco de quebrar algo ou se machucarem. E não saiam à noite é quando eu solto os cães de guarda e eles atacariam vocês.

Ele não precisou falar duas vezes. Eu morro de medo de insetos e de morcegos, apesar de gostar de cachorros. Quando a gente chegou, eles latiram extremamente alto do canil, e me deram medo, apesar de muito fofos. Eram dois pitbulls brancos, um rottweiler e dois dálmatas. 

A noite caiu e eu me preparei para dormir. Eu ouvi batidas na minha porta e Júlio entrou quando eu permiti:

– Oi, boa noite. Eu só queria dizer que eu já vou soltar os cães e queria que você já fechasse a porta da varanda e a janela porque os bichos vão começar a entrar.

– Ok, obrigada.

Eu agradeci sem questionar muito o fato dele ter estranhamente olhado para porta da varanda e não ter saído do meu quarto até que eu a fechasse. Enfim, quando ele saiu, eu fui dormir e acordei algum tempo depois, como se alguém estivesse me cutucando, mexendo em meus cabelos. A única “pessoa” no quarto era um quadro acima de minha cama com uma moça indiana. Sua posição parecia a da Monalisa. 

Encarei ela por uns momentos, e ah, poxa! Perdi o sono. 

Decidi, então, tomar um ar e ver as estrelas. Isso soa estranho vindo de uma gótica como eu, é meu jeitinho. Fui até a varanda e fechei a porta atrás de mim, pois não queria insetos ou morcegos dentro do meu quarto. 

Ao me aproximar da divisória, derrubei meu anel na ponta da varanda, do outro lado da cerca, mas ainda assim, em cima da varanda. Por muito pouco não caiu no chão, já que eu estou no segundo andar. Mesmo assim, me estiquei por cima dela, sabendo que poderia cair. Fiquei na ponta dos pés, e quando finalmente alcancei o anel, escorreguei. 

Doeu bastante o impacto com o chão, mas nada grave além de uma dor nas costas. De repente, minha mente me alertou: os cachorros! Sei que eles me atacariam a qualquer minuto. Eles latiam alto e eu esperei eles virem pra cima de mim, mas percebi que eles estavam no canil. Então, se não são pelos cachorros… O que está no quintal que não me deixaria sair da casa? 

Minha pergunta foi respondida quando eu vi um par de olhos me encarando no fundo do quintal. Eu, silenciosamente, sem tirar minha atenção daqueles dois pontos de luz, me levantei e dei passos lentos para trás, lembrando que havia uma porta que dava para a cozinha naquela parede. Tentei abri-la, rezando para que estivesse aberta. E estava!

Não sei quais eram as chances, mas estava aberta! Cautelosamente abri a porta de correr e dei passos para trás entrando na segurança da casa. Logo em seguida a tranquei. A casa estava iluminada por dentro por alguma razão, e aquelas duas bolinhas brilhantes continuavam a me encarar através do vidro. 

Eu não conseguia ver o que poderia ser porque dentro do local era muito claro e lá fora estava muito escuro. Parecia uma pessoa, quer dizer, tinha um corpo de uma, só que humano não era. Foi quando eu escutei a voz de Júlio atrás de mim:

– Morgana? – Eu berrei por causa do susto – O que você está fazendo aqui?

Eu menti descaradamente que queria tomar um copo d’água, pois algo dentro de mim me dizia para não dizer a verdade. Ele estava olhando diretamente para fora da casa. Por mais que estivesse desconfiada e assustada, decidi perguntar, afinal eu sou fuxiqueira:

– Por que os cachorros não estão soltos?

– Tive que resolver algumas coisas lá fora. Ia soltá-los agora.

Respondeu indiferente. Júlio estava estranho, ele tinha uma pose de sentido com os braços para trás na coluna reta. Facilmente seria um militar. Olhando para ele, o próprio não tirava os olhos de mim, então antes que eu pudesse falar algo, ele perguntou:

– Você não estava pensando em sair daqui à noite, estava?

Balancei a cabeça em negativa e desejei boa noite. Antes de subir para o meu quarto, chequei de novo o lado de fora e não havia absolutamente nada. O proprietário não tirou os olhos de mim até que eu subisse as escadas.

Lembrando, agora com calma, de sua aparência, aquela sombra humanoide era musculosa e os cabelos grisalhos, seus olhos eram cor de âmbar. Nem dormi naquela noite, com medo do que ocorrera mas quando amanheceu, tudo parecia normal. Júlio tratava a gente com carinho e atenção. Eu lhe presenteei com meus quadros e ele pareceu alegre com eles. 

Passamos o dia bem, ainda cuidando das coisas da fazenda, e de noite, decidimos jantar num restaurante que ele sugeriu. Era afastado da casa e da cidade, uma fazenda que vendia tudo que produziam. Meus pais e eu estávamos prontos, porém, nada do Júlio aparecer para ir conosco. Começamos a procurá-lo, mas ele não aparecia, e mesmo ciente das regras, decidi procurar no sótão. 

Ainda estava assustada com a noite anterior, mas não me importei. Puxei a corda que tirava as escadas do teto, e ela caiu com força. Subi, olhei ao redor, mas nenhum sinal do dono da casa. 

Antes que eu pudesse chamar o nome dele, eu o vi sentado no fundo do lugar, olhando para os quadros que eu tinha dado para o mesmo mais cedo. Lá havia o mais novo quadro e outros, todos que ele tinha aceitado, que estranhamente eram apenas os que haviam pessoas neles, se recusando a pegar qualquer um de natureza morta ou paisagem. Fiquei parada observando o que aconteceria. 

O homem acariciava a imagem do menino da nova tela e falava algumas coisas para si. Algo que eu estranhei é que no sótão tinham alguns outros quadros, que não eram meus, mas também tinham pessoas pintadas, mas tirando isso, ele estava quase vazio. O que nós poderíamos quebrar aqui em cima? Me perguntei, mas o quadro que o homem acariciava começou a se mexer, e de lá saiu o menino da obra. O senhor começou a comemorar:

– Finalmente! Finalmente funcionou. Passei anos e anos de minha vida tentando fazer algum de vocês despertar e finalmente você despertou!

O garoto, que agora tinha uma voz fantasmagórica, recitou:

– Tu decidiste dar a vida a muitas pessoas de muitos quadros porque não superou minha morte. Tens a noção de quantas almas criaste até que a minha fosse ressuscitada? Erraste em dezenas de telas e agora todas as pessoas estão para sempre aprisionadas aqui!

O loiro estava de pé olhando de forma enojada para Júlio, enquanto ele estava ajoelhado de cabeça baixa, quase almejando aquela coisa. Eu não conseguia me mover de tanto medo.

– Cinquenta e duas.

O velho disse baixinho.

– Eu aprisionei 52 almas. Eu assassinei 49 pessoas só por você! Para que as almas pudessem partir, livres de cada quadro. Faltam só três, só três e eu poderei ficar com você para sempre!

Não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que precisava sair dali. Pra isso pensei em fingir que havia acabado de abrir a porta do sótão. Só consegui descer alguns degraus enquanto o proprietário terminava de falar com aquela coisa. Com lágrimas nos olhos eu chamei:

– Júlio, você está aí em cima?

– Sim, estou aqui, Morgana. As regras dizem que você não pode subir aqui!

Ele disse colocando a cabeça para fora do pequeno quadrado que estava no teto.

– Eu sei, Júlio, desculpa. Eu só estava te chamando, eu não te achava.

– Tudo bem, tudo bem, já estou descendo!

Eu corri antes que ele pudesse descer. Nem acreditei que minha mentira tinha dado certo. A cada passo que eu dava, meu coração ia para boca, disparando cada vez mais. Precisava falar para meus pais que precisávamos ir embora. 

Precisava que eles inventassem algum motivo para que a gente saísse naquele momento. Eu não podia simplesmente deixar aquele cara continuar os outros três assassinatos.

Quando eu cheguei na sala, podia desmaiar ali mesmo. Júlio já estava lá, ele pediu desculpas pelo atraso, disse que estava cuidando das cabras enquanto ajudava minha mãe a vestir o casaco, anunciando que lá fora estava frio. Chegou perto de mim com uma cara de confusão e questionou:

– O que foi, Morgana? Parece que viu fantasma.

Logo depois me deu um olhar de alguém que dizia “eu sei o que você viu”. Eu não retruquei nada. 

Essa é a primeira parte do conto “Não Saiam à Noite”. Para ler a segunda parte, clique aqui.

Caso compre na loja da Jambô, use o nosso código mrpg10 para receber 5% de desconto! E se quiser comprar na loja da 101Games, use o cupom MRPG10, e aproveite!

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Dessa forma, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos, como participar de mesas especiais em One Shots, de grupos ultrassecretos e da Vila de MRPG!

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Não Saiam à Noite parte 01 – Histórias de Fogueira #3

Texto e Arte da Capa: Minna Cordeiro.
Revisão: Raquel Naiane.


Encontre mais contos clicando em: Histórias.

Achtung! Cthulhu – Preview – RPG – Resenha

Achtung! Cthulhu – Preview – RPG- resenha das regras de jogo rápido e aventura!, uma versão resumida do RPG que iniciou o financiamento coletivo no Brasil pelo Catarse em março de 2025. Desenvolvido para aventuras que misturam horrores de Lovecraft e segunda guerra mundial. Lançado no Brasil pela Editora New Order, que também nos trouxe Mar, Alien, Night’s Black Agents, entre outros RPGs.

 Achtung! Cthulhu, regras de jogo rápido e aventura!

Ficha técnica 

CRIADO POR CHRIS BIRCH

  • Páginas: 44 (livros completos? São 2 livros! Guia do Jogador com 190 páginas, e mais Guia do Mestre com 270 páginas!)
  • Coloridos e com capa dura
  • Modiphius entertaiment
  • Editora New Order, responsável pela edição brasileira
Achtung! Cthullu

… Se passa na Europa…

…durante a Segunda Guerra Mundial, num mundo onde além de lutar contra nazistas, também encaramos os terrores cósmicos de H. P. LOVECRAFT. 

Claro, a pegada é mais ação do que terror, em relação a outros RPGs ambientados em cenários com terrores dos “Mythos” de Lovecraft.

Como se não bastasse a tensão de um filme de guerra, ainda misturamos os elementos de terror de uma “guerra secreta” por supremacia não apenas tecnológica, mas sobrenatural.

As artes internas coloridas, a diagramação, e fonte imitam um manual de algum equipamento antigo, com um pouco de marketing da época e belas ilustrações de terror e explosões. O design vai deixar o livro envelhecer com uma boa aparência, pois lembra algo realmente antigo que estava no fundo do baú.

…E você pode ser, em Achtung! Cthulhu…

… um bravo invesigador, pois podemos criar o seu personagem do “zero” ou utilizar já algo pronto, por exemplo:

  1. INVESTIGADORA OCULTISTA
  2. INTRÉPIDO LÍDER DA RESISTÊNCIA
  3. OFICIAL BRITÂNICO
  4. MECÂNICO GENIAL
  5. SOLDADO INDÔMITO
Achtung! Cthulhu

O livro traz uma aventura pronta, “Uma Breve Viagem à França” que pode ser utilizada para introduzir os jogadores neste cenário, como uma missão curta. É só ler e jogar, com os personagens pré-definidos, se quiser partir logo pra ação. Afinal, os jogadores podem ser…

… Lutadores contra o mal…

…das forças diabólicas do Sol Negro, ou outras facções maquiavélicas,…

Achtung! Cthulhu

…Na França, pois …

… O Sol Negro e/ou a Nachtwölfe tentarão trazer horrores inefáveis a este mundo, todavia, como heróis e heróinas, precisamos lembrar que

… A mecânica principal de Achtung! Cthulhu…

Se baseia no sistema 2D20,  com uso de 2 dados de 20 faces (2D20) e de 6 faces (ou dados de desafio),  resultados contra uma dificuldade entre 1 a 5. Cada sucesso tem que “bater” o nível de dificuldade

De acordo com o tipo de ação e resistência do desafio.

… Te conduz numa ação cinematográfica contra as forças do Mal…

… (E bota mal nisso, misericórdia!) para proteger nosso mundo dos nazistas e dos horrores cósmicos…

… Utilizando atributos, perícias, ou ímpeto…

…Pois cada sucesso acima da dificuldade estabelecida aqui pode ter muita importância como instrumento narrativo. A proposta é que você tem uma reserva de ímpeto para ações espetaculares de acordo com a necessidade da situação, e de controle narrativo!

… Então, quais as vantagens de “Achtung! Cthulhu — regras de jogo rápido e aventura – “?

Se você procura uma aventura em que a Resistência, ou qualquer grupo, como a Seção M, ou Majestic,  na Segunda Guerra vai desafiar o Reich daqui até os confins da loucura, está na trincheira certa.

O que tem para não gostar?

Creio que:

  1. Traz um RPG que já ganhou prêmios, e tem bastante material
  2. Este “Fast Play”, com resumo de regras, aventura pronta e personagens feitos previamente permitem ler e jogar rápido, numa única tarde
  3. É gratuito, este jogo rápido, e já vem com aventura pronta. É muita vantagem.
  4. Bonito, ilustrado.

E olha as metas extras! 

Tudo muito bom, entretanto, não tem…

… Desvantagens?

A proposta em Achtung! Cthulhu é mais ação que terror, se comparado a outros RPGs com esta temática, e não vi ainda um modo Solo. Este livreto de jogo rápido, o PDF é gratuito, mas os apoios para o financiamento variam de 25 reais (um PDF) a 950 reais (Físico, PDF, Camiseta, o escambau!). Se a grana estiver curta, há outros jogos mais em conta. Bom, o que nos leva enfim para minha …

…Impressão pessoal…

… É que se você gosta de temática de Guerra, com o combate a monstruosidades cósmicas, numa pegada mais “pulp”, vai ficar muito satisfeito. Com um material bonito, bem ilustrado e diagramado.

O sistema 2D20 tende a uma narrativa compartilhada com o mestre, e mais cinematográfica. Tem muito material já escrito, inclusive para outros sistemas.

C‌urtiu? Quer conhecer este e outros RPGs? Tem no site da Editora New Order. E o financiamento coletivo dos livros completos, um de 190 e outro de 270 páginas coloridas? Então clica em Achtung! Cthulhu. O link para o Fast-Play está lá te esperando!

Achtung! Cthulhu
Acthung! Cthulhu

A campanha de financiamento coletivo de Achtung! Cthulhu vai até 22/04/2025 às 23h59m59s. E na primeira semana, a depender do apoio, ganha poster exclusivo. 

Acthung! Cthulhu

O material terá uma versão em formato digital (PDF).

E defenda-nos numa guerra secreta contra males indizíveis e nefastos

E que tal conhecer a Editora New Order?

Temos outras resenhas, aqui no movimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!


Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!

 

Xas Irkalla- guia de criação de personagens

Xas Irkalla, guia de criação de personagens para este RPG sombrio de terror!

Me baseei em textos do Megisthus da Tríade Geek e RPG, e estamos aqui novamente para falar sobre Xas Irkalla e seu mundo ameaçador, se você não sabe do que eu tô falando, (dá uma passadinha nesse link), onde fala-se de maneira geral o que você pode esperar desse cenário, e nesse outro link para ver um pouco de suas mecânicas originais, traduzidas pela excelente editora brasileira Huginn & Muninn, depois disso, volte para cá.

Neste texto eu vou criar um personagem.

Sem mais delongas, bora pro martírio:

Xas irkalla — guia de criação de personagens começa por…

  1. História
  2. Detalhes
  3. Traços aberrantes

Vamos destrinchar estes pontos, um por um, jogando um dado de 10 faces (ou D10, para os íntimos) em cada tabela.

História …

Do seu personagem. São 5 tabelas (rola o D10!), e cada uma dá uma palavra , e ao mesmo tempo uma especialidade. 

  1. Sentimento — no que você se amarra! Como um mineiro e pão de queijo, ou um bahiano e um acarajé, por exemplo: guerra
  2. Ambiente — onde você fica a vontade, como  um pinto no lixo! por exemplo: selva
  3. Passado — afinal, você é a soma de suas vivências! Exemplo: solitário
  4. Pessoas — com quem você conviveu. Como: acadêmicos
  5. Identidade — sua vocação — que tal, curandeiro?

Lembrando aqui: Se você rola um dez em um teste de habilidade, você GANHA uma especialidade (relacionada ao que você fez!)

Quem seria seu personagem nessa imagem?

Detalhes…

“...Tão pequenos de nós dois, …” como diz a música.

Pois o esquema aqui é puramente estético, sem influência nas regras. Olha mais tabelas:

  1. Característica física, como: cicatriz
  2.  Preferência de estilo, digamos: chamativa? 
  3. Tecnologia Natal – que tal: medieval?
Guardião ou Exemplo?

Traços Aberrantes em Xas Irkalla

Algo que te proporciona vantagem de alguma forma, entramos dentro do tópico de Traços Aberrantes.

Nem preciso dizer que em Xas Irkalla, nada vem de graça – e quando vem, vai embora fácil – e portanto você pode escolher um traço aberrante que te beneficie de alguma forma para compor o seu Limiariano. Sua espécie tem audição melhor? Você tem mais força? Sua pele é mais dura? Você tem asas?

Existem 18 opções de aperfeiçoamentos biológicos que você pode possuir, mas a cada um que você escolhe, sua Ruína mínima aumenta em 5 e a atual aumenta em 5 também. Peguemos aqui…

Audição aprimorada e venenoso

Personagem pronto, só falta um texto para servir de histórico do personagem ANTES de chegar em Xas Irkalla.

Avanço de Personagens em Xas Irkalla: Ascendência, Inspirações e Maestrias

Hora de  gastar XP!  Para investir entre: Durabilidade, Precisão, Recuperação, Aprimoramento e Magicka. Cada uma delas te dando bônus excelentes que vão desde ganhar menos ruina ou alcançar um sucesso com um numero menor e por aí vai.

Já as Inspirações…

são elementos condicionais que te favorecerão em troca dos pontos de XP.

Exemplos disso: Corrupção te permite +1 de bônus em teste de atacar e defender, porém se você rolar um 1 no dado, recebe o dobro de estresse. O que vem fácil, vai fácil, lembra?

…Por fim, as Maestrias…

são, como o próprio livro diz, semelhante a Talentos Naturais pro seu personagem, mas desbloqueados com pontos de experiência. Um bom exemplo disso é o Atropelador Brutal..

Ambiente pouco convidativo

Morte em Xas Irkalla, e agora?

Bem, morrer não é o final de tudo, (seria muito fácil…) — — esse é um jogo tão punitivo assim? Sua  consciência habitará um novo Limiariano de outro mundo, a conexão com o grupo acontecerá novamente e você poderá usar todo o XP que você ganhou com o personagem anterior no personagem novo.

É como um metagame — afinal, você será parte do novo personagem, aproveitando o que você (jogador) já descobriu sobre aquele mundo. Xas Irakalla é como um mundo purgatório — qualquer um pode chegar lá, vindo de qualquer lugar, mas muitas vezes contra a sua vontade.

Porém, a forma como você morreu será um motivo de trauma para o novato, e ele terá fobias, que são cumulativas a cada vez que seu personagem morre…

Aí sim…

Acredito que abordamos os tópicos principais de Criação do Personagem de Xas Irkalla com este texto e, ainda assim, há muito o que falar. Tem ainda combates, equipamentos, mas esses tópicos não destoam tanto assim do que já conhecemos, portanto … Munidos desses novos conhecimentos, como seria o seu alienígena em Xas Irkalla?

Curtiu? Quer conhecer a Editora? Clica em Editora Huggin & Muninn!

Conta pra nós! Se você curtiu essas mecânicas ou se ficou com duvidas, não esquece de comentar pra gente poder ajudar. Eles também tem outros RPGs, como Mork Borg e chegando o RPG de Fallout em breve. Quer experimentar o fast play? Clica em Fallout!

E antes que eu me esqueça, seja nosso patrono, tem vantagens a perder de vista!

Fiquem seguros e Até a próxima! E obrigado, Megisthus!

Guardiões do Limbo – Preview – RPG – Resenha

Guardiões do Limbo – Fast-Play é uma versão resumida do RPG Guardiões do Limbo, sonhos e pesadelos,  RPG nacional que iniciou o financiamento coletivo pelo Catarse em 27/02/2025. Desenvolvido para narrativas em um mundo fictício e sobrenatural.  Escrito por Samuel C Oliveira, lançado  pela Editora New Order, que também nos trouxe 7º Mar, Alien, Night’s Black Agents, entre outros RPGs.

 Guardiões do Limbo, Fast-Play

Ficha técnica 

Escrito por: Samuel C Oliveira

  • Páginas: 30 (livro completo? 86 páginas!)
  • Editora New Order
  • Miolo P&B

… Se passa em uma casa…

Guardiões do Limbo — cenário

 

…num mundo que se parece com o nosso, mas não é.

Mais especificamente, grande parte da ação se dá no quarto de uma criança.

Suas principais diferenças são a existência de forças sobrenaturais, uma mistura de Toy Story com videogames como Little Nightmares. 

Além disso, o “Limbo” do título se refere a um lugar no quarto infantil.

As artes internas (P&B), a diagramação, e fonte imitam um livro de estórias infantil, com uma pitada de terror. Só não gostei da “fonte” escolhida para o texto. Achei um pouco cansativa depois de um tempo.

Guardiões do Limbo

…E você pode ser, em Guardiões do Limbo…

… uma pelúcia ou brinquedo de criança, talvez forte, ou fujão, por exemplo. Neste caso:

  1. Gumbe, o Elefante Balofo
  2. Frank, o Leão Remendado
  3. Trix, a Ratazana Bicho de Máquinas
  4. Kadabra, a Coruja dos Sonhos

O livro traz uma aventura pronta, que pode ser utilizada para introduzir os jogadores neste cenário, como uma missão curta, ou como parte do início de uma saga maior.  Ao mesmo tempo, os jogadores podem ser…

… Defensores do Limbo…

…contra as forças malignas de Kabral, o Terror dos Sonhos, com monstruosas versões de brinquedos infantis, enquanto os personagens jogadores são pelúcias fofas.

…Nas terras de sonhos, pois …

… Os horripilantes, e outros lacaios… tentarão tomar o quarto. O objetivo é defender a criança (Even) contra monstruosidades de pesadelo, utilizando dados de 6 faces, doravante chamados de D6, uma vez que 

Guardiões do Limbo

… A mecânica principal de Guardiões do Limbo…

Guardiões do Limbo

Se baseia em D6, com máximo de 3 dados e resultados que variam entre:

  • Falha (já era, playboy!) e ainda tem uma consequência
  • Empate (acho que foi, mas epa!…) sucesso, mas também tem uma consequência
  • Sucesso (Uhuuuuuu!) vitória e ainda ganha um ponto de esperança.

De acordo com o tipo de ação.

… Te conduz num conto de fadas de pesadelo infantil..

…para proteger uma criança das forças ocultas que estão do “outro lado” do escuro do quarto, ou da noite, espreitando seu sono…

… Utilizando esperança, perícias, ou itens…

…Pois os equipamentos aqui podem ter muita importância como instrumento narrativo. A proposta é que você tem um equipamento (ou item), uma perícia, e esperança, de acordo com a necessidade da situação e o fluxo compartilhado de narração.

… Então, quais as vantagens de “Guardiões do Limbo — Fast-Play”?

Se você procura uma aventura em que bichos de pelúcia aprontam durante a noite, enquanto os humanos dormem, e tentar salvar uma única menina de seus pesadelos noturnos, veio ao lugar certo.

O que poderia dar errado?

Creio que está num ótimo balanço quanto ao custo benefício no financiamento coletivo.

E olha as metas extras!

Guardiões do Limbo — metas extras

Tudo muito fofo, mas e as…

… Desvantagens?

Na balança, eu achei o foco narrativo muito mais pesado que o estratégico. Nada errado nisso, é a proposta do livro e do sistema. Prometem falar de evolução de personagens no livro definitivo, mas aqui não tem. Minha

…Impressão pessoal…

… É que se você gosta de Little Nightmares, (videogame), Toy Story (animação)e mesmo Coraline (animação+ livro infantil ) vai ficar muito satisfeito.

Terror narrativo no quarto de dormir, enquanto uma criança sonha, você precisa defende-la, sem permitir que ela acorde. Com brinquedos que vão usar mais o cérebro e a imaginação do que rolagens de dados. Numa narrativa compartilhada com o mestre.

C‌urtiu? Quer conhecer este e outros RPGs? Tem no site da Editora New Order. E o financiamento coletivo do livro completo, de 80 páginas? Então clica em Guardiões do Limbo. O Fast-Play de Guardiões do Limbo está lá te esperando!

A campanha de financiamento coletivo de Guardiões do Limbo vai até as 23:59 do dia 7 de Abril. E na primeira semana…

Guardiões do Limbo

O material terá uma versão em formato digital (PDF).

E defenda os doces sonhos de uma criança…

E que tal conhecer a Editora New Order?

Temos outras resenhas, aqui no movimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!


Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!

 

Candela Obscura- RPG – resenha

‏Candela Obscura RPG é um RPG do gênero terror, desenvolvido para narrativas do tema de investigação sobrenatural e aventuras (pulp, se você quiser), num mundo fictício de 1907. Sendo trazido ao nosso país, pela Editora Jambô , que também nos trouxe Tormenta, 3DeT Victory, Ordem Paranormal, entre outros.

 Candela Obscura …

Ficha técnica 

Escrito por: Rowan Hall, Spenser Starke

  • Dimensões: 17,5 x 26cm
  • Páginas: 208
  • Tradução Marcel Reis, Rafael Dei Svaldi
  • Ilustrações: Shaun Ellis, Jamie Harrison, Allie Irwin, Amelia Leonards, Lily McDonnell, Justin O’Neal, Sunga Park, Gustavo Rodrigues Pelissari e Doug Telford.
  • Editora Darrington Press

… Se passa em 1907…

…num mundo que se parece com o nosso, mas não é.

Suas principais diferenças são a existência de forças sobrenaturais, como monstros e mágickas assustadoras.

Além disso, a energia elétrica é a força motriz da vanguarda tecnológica, com aplicações diferentes (maiores e mais assustadoras) do que temos em nosso mundo.

Afinal,  tecnologia muito avançada pode ser considerada magia.

As artes internas (coloridas), a diagramação, a tradução, e as adaptações estão ótimas.

…E você pode ser, em Candela Obscura…

Candela Obscura personagens

… uma personagem com um papel

  • Forte
  • Sociável
  • Estudiosa
  • Furtiva, ou ainda…
  • Estranha …

…Para o seu grupo de jogadores/heróis, (aqui chamado de círculo). Que por sua vez vai orientar as suas opções de especialidades (conjunto de perícias e experiências).

O livro traz 4 exemplos de aventuras (aqui chamadas de tarefas) prontas, que podem ser utilizadas para qualquer sistema.

… Um Defensor da Humanidade…

…contra as forças ocultas da mágicka, com monstros que se escondem nas sombras, enquanto você faz parte justamente da Candela Obscura, um grupo de investigadores-heróis.

Traz as opções clássicas de um cenário de steampunk, mas a fonte de energia é a eletricidade, então talvez eletropunk seja um temo melhor.

…Nas terras de Faire, pois …

… Novafaire, Velhafaire e além, te esperam…  com o seu círculo de amigos para investigar, e muitas vezes lutar com o objetivo de defender os humanos contra monstruosidades, utilizando dados de 6 faces, doravante chamados de D6, pois

 

… A mecânica principal de Candela Obscura…

Se baseia em D6, com resultados que variam entre:

  • Falha (perdeu, playboy!)
  • Sucesso misto (Consegui, mas epa!…)
  • Sucesso (Uhuuuuuu!)
  • Sucesso crítico (Foi melhor do que até eu esperava…)

De cordo com seus papéis e especialidades. Tem também o dado dourado, que funciona como uma “opção especial”.

… Te conduz numa investigação de mistérios perigosos e aterrorizante…

Candela Obscura — terror

…para proteger a raça humana das forças ocultas que estão do “outro lado” da realidade, que ameaçam muitas vezes não só a população local, mas também os próprios investigadores ou ainda o tecido da realidade, como a conhecemos.

… Utilizando artefatos de magia e tecnologia…

…Pois os equipamentos aqui podem ter muita importância como instrumento narrativo. A proposta é que você tem 3 equipamentos que vai escolher “na hora”, de acordo com a necessidade da situação e o fluxo narrativo.

… Então, quais as vantagens de “Candela Obscura “?

Se você procura uma ambientação eletropunk & terror sobrenatural da virada do século XIX para o século XX,  aqui está. É mais narrativo que estratégico, e o objetivo é construir estórias em conjunto. Muitas referências na internet com o Critical Role, pois:

O show Candela Obscura é uma série de antologia de terror na qual os atores interpretam um RPG de mesa de mesmo nome. Foi criado por Taliesin Jaffe e Chris Lockey, dirigido por Steve Failows e produzido por Failows e Maxwell James para a Critical Role Productions . É a primeira série da Critical Role a usar um jogo e um sistema de propriedade da empresa. Ao longo de alguns episódios, diferentes elencos de personagens se juntam à ordem secreta Candela Obscura e formam um círculo para investigar vários fenômenos sobrenaturais, guiados por um Lightkeeper. Os capítulos de Candela Obscura são concebidos principalmente como minisséries independentes , seguindo um conjunto diferente de personagens dentro do mesmo universo fictício chamado Fairelands.” (pela Wikipedia).

Critical role

Os avisos de temas sensíveis estão bem claros, no início do livro. 

Tudo muito fofo, mas e as…

… Desvantagens?

Na balança, eu achei o foco narrativo muito mais pesado que o estratégico. Nada errado nisso, é apenas gosto pessoal. Claro, o custo de um livro colorido no Brasil, mais as licenças para a marca, não deixam este RPG como das opções mais econômicas. Assim, minha…

Impressão pessoal…

… É que se você gosta do Critical Role, vai ficar totalmente satisfeito. Terror narrativo no início do século XX. Com investigadores que vão usar mais o cérebro e criatividade do que os músculos. Numa narrativa compartilhada com o mestre.

C‌urtiu? Quer conhecer este e outros RPGs? No site da Editora Jambô? Então clica em Candela Obscura!

E deixe a mágicka acontecer!

E que tal conhecer a Editora Jambô?

Temos outras resenhas, aqui no movimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!


Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!

 

ARTES OBSCURAS NUNCA DEVEM SER PROFANADAS

ARTES OBSCURAS NUNCA DEVEM SER PROFANADAS

Setembro. Início de mais um período letivo na Universidade de Miskatonic. O último de Howard.

Jovem, boa pinta, mas sem muito sucesso com as garotas, Howard estava mais interessado nas curiosidades de seu curso. Ele tinha uma “queda” por coisas antigas e arqueologia foi amor a primeira vista. Ser curador do museu de artes obscuras era seu sonho, para tal precisava se dedicar muito mais que os outros, afinal, que sorte ter encontrado aquele orbe antigo, o que lhe rendeu uma bolsa em Miskatonic.

Howard era o caçula de três irmãos. Sua família era simples e morava no subúrbio da cidade de Boston. Seu pai era aposentado de guerra se assim pudesse ser dito, na cabeça dele era um herói. Lutou na grande guerra, perdeu a audição de um dos ouvidos e manca da perna esquerda. Sua mãe ainda é jovem e trabalha em dois empregos pra segurar as pontas. Seu irmão mais velho “abdicou” de um futuro para cuidar dos mais novos e a irmã do meio não segue tanto os padrões de beleza a ponto de se casar com um nobre.

Assim, Howard, recebera mais que o nome de seu avô, mas também sua curiosidade e “fome” de conhecimento. Howard despertava, desde pequeno, um enorme interesse pela origem das coisas e a história por trás de toda criação. Além disso, tomou gosto pela arqueologia, sempre aos finais de semana, ele ia para as cavernas escavar, na esperança de encontrar algo.

Já estava no auge de seus 18 anos quando…

se surpreendeu com um achado. Howard havia escavado algo sinistro e valioso, era um totem macabro feito inteiramente de jade, ele pensou que se tratava de um Buda, mas era mais distorcido. Era um corpo humano, grotescamente obeso e nu, chamava a atenção por não ter cabeça e na palma de suas mãos haviam uma boca em cada, dela alongava-se uma esguia e cumprida língua.

Ingênuo e tomado por sua curiosidade, o menino levou o totem consigo. Em casa ele lavou e limpou o objeto estranho, revelando em sua base uma frase, Revelações de Glaaki, isso não dizia nada para Howard, mas ele sabia onde procurar. Sabendo bem o que desejava ele partiu para a Universidade de Miskatonic. Utilizando-se de seu achado ele fez contato com um dos mestres de ocultismo da Universidade, Doutor Lecard, que ao examinar o totem fizera de tudo para que Howard fosse admitido com uma bolsa integral.

Os semestres foram passando e Howard nunca mais retornou para sua casa, não saía da Universidade, às vezes permanecia em seu quarto o dia todo estudando. De fato ele era apaixonado por arqueologia, mas não pensava em desbravar tumbas e liderar expedições, queria apenas ser apto a curadoriar o Museu de Artes Obscuras. Tamanha era sua ambição que ele se esquecia de comer ou até mesmo de trocar suas roupas, achava isso uma perda de tempo. Seus colegas de quarto, um a um iam deixando sua companhia, até que ficasse sozinho de vez.

Entretanto, Howard não se importava com nada daquilo,…

…se estava magro demais, imundo e solitário. Isso não mudaria sua obsessão pelo desconhecido. Mas, não era só isso que mudou em Howard. Ele não se importava com mais nada e nem ninguém. Semanalmente ele saía de seu quarto para observar por alguns minutos seu totem que agora repousava na estante principal da sala de Artes obscuras da universidade, também saía para pesquisar na biblioteca, seu destino era sempre a ala de ocultismo e também saía para tomar um banho e arranjar comida. Era só isso e só mais um pouco teria concluído seu objetivo maior, não fosse um novo achado que mudaria sua existência para sempre.

Um certo dia em suas buscas pela biblioteca, Howard encontrara um tomo muito antigo parecia ser datado de antes de 1865, não se sabia ao certo. Eram 12 volumes, escritos em papiros antigos, amarelados e com um cheiro fortíssimo de conservante de papel. Era um compilado de manuscritos, em inglês, relatados por membros de um culto no início do Século XIX.

Todavia, Howard só queria lê-lo, e assim o fez…

“Além de um abismo na noite subterrânea, uma passagem leva a uma parede de tijolos maciços, e além da parede ergue-se Y’golonac para ser servido pelas figuras esfarrapadas e sem olhos da escuridão. Por muito tempo ele dormiu junto à parede, e aqueles que rastejam pelos tijolos correm por seu corpo sem nunca saber que é Y’golonac; mas quando seu nome é falado ou lido, ele sai para ser adorado ou para alimentar e assume a forma e a alma daqueles de quem se alimenta. Para aqueles que lêem sobre o mal e procuram por sua forma dentro de suas mentes, evocam o mal, então que Y’golonac volte a caminhar entre os homens e espere o tempo em que a terra será limpa e Cthulhu e levantará de sua tumba entre as ervas daninhas, Glaaki golpes abrem o alçapão de cristal, a ninhada de Eihort nasce à luz do dia, Shub-Niggurath avança para esmagar a lente da lua, Byatis irrompe de sua prisão, Daoloth arranca a ilusão para expor a realidade por trás.”

No início Howard não entendeu muito bem do que se tratava, parecia um livro sobre fanáticos religiosos. Mas, era tarde demais, aquele nome não saía de sua cabeça. Ele ouvia uma voz lhe sussurrar. Uma ilustração lhe revelara que se tratava da mesma figura de seu totem. E então, ele pronunciou o indizível:

– Y-G-O-L-O-N-A-C – letra por letra.

E sua mente, enfim se encontrou com a criatura. Ela era imponente e vil. Sádico e faminto. Não era uma visão, era um sonho, todas as noites o mesmo sonho. Aquela criatura asquerosa caminhava até si para encontrá-lo copulando em depravação com homens, mulheres e animais, suas bocas em suas mãos salivavam e sibilavam numa língua incompreensível, e da lascívia se alimentava. Elas lhe dava ainda mais prazer, vomitava em sua boca um doce néctar de prazer que fazia seu corpo se entregar a tudo e a todos, mas também lhe tirava, com o prazer vinha a fome, e as bocas lhe morriam arrancando leves nacos de carne, em seguida lambiam a ferida e não se sentia dor, apenas prazer, o mais sublime prazer.

Então, de repente, mas como se tivesse passado muito tempo, Howard acorda em quarto. Sua respiração começou a se tornar sôfrega nas últimas semanas, seu corpo se torna mais frágil a cada dia, como se aos 23 anos possuísse o mais severo caso de osteoporose diagnosticado, sua mente esqueceu todo e qualquer conhecimento banal, para dar lugar a Ele, sua pele tem cheiro de podridão, tomada por marcas ensanguentadas de mordida infeccionada, é possível ver alguns vermes o devorando de dentro para fora. Mas, Howard não sente dor, no lugar desta, um prazer distinto, como se fizesse parte de algo maior.

Apesar de tudo…

Iniciava o último semestre, raramente era visto em público, tomava suas refeições no quarto e recebia as aulas através de colegas que copiavam para lhe ajudar. Estava doente, muito doente, não tinha forças para andar longas distâncias, sua mente se tornara débil ao ponto de criar um dislexia latente, que passava somente quando estudava os mitos nos tomos de Glaaki.

“Aqueles que desejam conhecer as verdades incognoscíveis do universo, aqueles que desejam alcançar o inatingível, devem sacrificar todas as vestimentas humanas para que possam renascer e perceber não apenas a natureza revelada do universo, mas também de si mesmos.”

Essa foi a última mensagem assimilada por Howard. Os sonhos se repetiam com frequência, na noite e também durante o dia. Ele, O Profanador, como era conhecido a deidade invocada por Howard, cumprira seu objetivo perverso, havia aprisionado uma vítima, tomou sua mente e se alimentava de sua energia voluptuosa. O menino sedento de curiosidade havia se tornado parte daquele culto macabro, não como membro, mas como sacrifício.

O Deus profano devorou sua vítima ao ponto desta se tornar totalmente intangível e desaparecer. Antes disso, Howard em último esforço cognoscível escondeu os tomos na biblioteca de Miskatonic e jogou o totem da criatura no rio ali próximo, uma tentativa de evitar o pior. Improficuidade sua. Y’golonac já havia despertado neste mundo, seu culto logo se reestabelecer ia, a libidinagem da humanidade ao passar dos anos o traria de volta a vida. É só questão de tempo para o antigo profanar a tudo e todos.

Fim…(?) de Artes Obscuras nunca devem ser profanadas…

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