Mas como assim, então? Iniciou em 25/10/2024, se já tem o RPG, pra que mais complicação?
É que os horizontes se ampliam, uma imensidão!
Criado para imprimir de dois até seis cordéis, que este universo de RPG Nordestino, não quer ficar parado não. Quer conhecer? Olha aqui, no quero mais cordéis, então!
Mas voltando ao nosso repente, eu falei que eram 3, e dois estão faltando.
Isso não pode ser, não!
RPG Nordestino, pensou em cangaço, não foi não?
E aqui chegou a vez do Cangaço Trevoso, para assombrar todos os viventes daquela região.
Mas, como assim, assombração? É que os apoiadores, coitados, quase que perderam…
Todavia, a Craftando Games, agora, está sob nova direção,
até uma tal de Carolina, está consertando a confusão, e se depender dela e de outros, e meu Padim Cisso quiser, esses livros, depois de muita danação, na casa de todos os apoiadores, chegarão!
Tenha fé!
RPG Nordestino, pois o nordestino é antes de tudo um forte…
Mas, óia, num fui que que falei isso, é só uma repetição …
Mas dizem, que o sertão vai virar mar, e o mar, vai virar sertão!
Nosso terceiro RPG, Mares do Sertão, depois de muita luta, chegou na nossa mão! Pra jogar, você precisa de um baralho, e do livro de regras, homenzarrão!
Mares do sertão tem duas propostas principais, água e revolução! As mulheres é que vão nos salvar da eterna danação!
Dizem, vão encontrar o Cristo, a Santa, e até o Cão!
O jogo tem morte, entretanto, tem também ressurreição!
E isso com rimas, e através de erudição!
RPG Nordestino, tenho que te dizer
Eu falei que eram 3, mas mais um apareceu, quase que sem querer!
está quase sendo entregue, mais gostoso que beiju mais goiabada e requeijão.
E finalmente…
Faça as suas preces, mas segure a sua peixeira, bem perto do coração, amarre seu jumento, com determinação…
Pois dizem que não há, ó gente, ó não,
Luar como este do sertão…
Se curtiu e quiser dar uma chance a mais conselhos deste humilde escriba e produtor de conteúdo, seu criado, em breve abordarei este tópico no nosso podcast, o dicas de RPG. Adeus, não…
…até breve, e por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!
A série Histórias de Fogueira irá trazer alguns contos de terror sobre temas variados. Em “Um Novo Amigo” iremos acompanhar a trajetória de um ser que apenas quer ser ouvido. Você gostaria de ser o novo amigo dele?
Um Novo Amigo
Victor se sentou no chão ao lado do seu novo amigo Orc enquanto limpava as mãos sujas de sangue. Fazia pouco tempo que haviam se conhecido, mas depois do combate, o Orc, embora jovem, estava fraco. Então, ele o ajudou a sentar perto da fogueira que havia feito.
“Deixa eu te contar minha história, amigo. Preciso desabafar”, disse Victor enquanto o apoiava melhor na árvore que usava como suporte.
“Senta aí, isso vai demorar um pouco. Não é uma história bonita e muito menos feliz que eu vou contar agora, mas é a vida real, aquela que a maioria das pessoas prefere não saber que existe.”
“Meu nome é Victor, ou pelo menos era assim que o Doutor me chamava. Foi ele quem me criou, sabe? Um cientista louco que me trouxe de volta dos mortos, não para achar um novo método de medicina, não… Muito longe disso. Foi por pura crueldade!”
“Eu me lembro da primeira vez que abri os olhos neste novo corpo. A dor era insuportável! Sentia cada parte do meu ser gritar em agonia.”
“A sala era meio escura, havia barulho de metal e cheiro de ferro por toda parte. Minha visão ainda estava embaçada por causa de todo o processo, mas quando se acostumaram, pude notar algumas máquinas e pedaços de corpos dispostos pelo lugar.”
“O Doutor estava lá também, com aquele sorriso sádico, os olhos estáticos que não sorriam junto com o rosto. Você não conhece nenhum Doutor, não é, amigo Orc? Posso te chamar assim, certo? De amigo Orc?”
O Orc continuava em silêncio com o olhar calmo na direção de Victor.
“Bom, espero que não conheça nenhum Doutor, pois ele me observava como se eu fosse um rato de laboratório. O experimento mais precioso dele!”
“Ele veio até perto de mim, caminhando lentamente sem falar uma palavra sequer, cheirando a mofo. Então esticou a mão para encostar em meu rosto. Senti seus dedos finos e a mão fria quando apertou minhas bochechas enquanto dizia que eu era sua arma, criado para destruir e servir aos seus propósitos obscuros.”
O Orc lentamente inclinou a cabeça em direção à fogueira. Havia um cantil próximo a ela e ele percebeu que estava com a boca seca, então estendeu o braço para pegá-lo, mas Victor foi mais rápido.
“Você deve estar com sede… não me admira, você foi muito bem na luta. Aqui, tome”. Ele colocou gentilmente o cantil na boca de seu amigo. “Devagar, amigo, não quer morrer engasgado, não é?”
Após alguns goles, Victor tirou o frasco e disse: “Calma, vai tomar tudo e deixar seu amigo sem nada?” Então ele riu e usou a água para lavar as mãos, terminando de limpá-las.
“Como eu ia dizendo sobre minha vida: os dias e noites eram um tormento sem fim, amigo. O Doutor se divertia me torturando, testando os limites do meu corpo reanimado. ‘Você é meu triunfo, Victor‘, ele dizia, enquanto me eletrocutava ou ajustava algum mecanismo dentro de mim que só aumentava a dor.”
“Ele queria saber até onde eu poderia aguentar, quanto sofrimento eu suportaria antes de quebrar. Mas eu não quebrava, amigo. Eu não podia dar essa satisfação a ele.”
Victor se inclinou em direção ao amigo Orc, dando algumas tapinhas no rosto dele, uma vez que estava meio sonolento e seus olhos trêmulos não conseguiam focar em mais nada.
“Vamos, amigo. Acorde! Ainda estou na metade da história. Aqui, tome isso.” O Orc abriu a boca, e Victor derramou uma de suas fórmulas.
O gosto era amargo e Victor sabia disso, a fisiologia do Orc não era feita para suportar as infusões e pelo visto, o amargor veio acompanhado de uma forte dor no estômago que que fez o Orc se inclinar.
Victor sabia ler as pessoas, pois ele havia ganho a vida fazendo isso no passado, e era nítido nos olhos do Orc que ele não fazia ideia das reais intenções daquele homem, que continuou sua narrativa:
“E então havia Lucy. ‘Minha noiva’, como o Doutor a chamava. Ela era uma obra-prima de loucura, tão cruel quanto ele, talvez até mais. Foi criada poucos meses depois de mim, com a alma de um psicopata que o Doutor pegou e trancou naquele corpo belo e letal. Ele fez a caçadora perfeita e, de alguma forma, implantou nela uma obsessão insana por mim.”
“Ao menos eu acredito que tenha sido ele que a fez ser daquele jeito, já que haviam momentos em que ela parecia demonstrar algo parecido com um amor distorcido por mim, como se houvesse algum resquício de humanidade. Mas era tudo para me ver sofrer, me incentivar a fugir e depois me caçar. Me fazer sentir dor.”
“Cada caçada da Lucy era um pesadelo. Ela me rastreava dia e noite, sempre um passo atrás de mim, me vigiando, pronta para atacar, mas evitando fazê-lo para me ver desistir. Depois dizia que me amava, mas seu amor era uma faca de dois gumes, cortando mais fundo do que qualquer lâmina.”
“Ela já confessou que adorava me ver sangrar, adorava o som dos meus gritos. E apesar de todo o horror, ainda havia uma parte de mim que ansiava por ela.”
“Talvez a loucura dela estivesse se espelhando em mim, talvez fosse apenas o desespero de alguém que não queria estar sozinho… Você já se sentiu assim, amigo Orc? Estar com alguém aparentemente inofensivo, mas que no final só queria te ver sofrer?”
O Orc, cansado, apenas fechou os olhos com um semblante sem esperança e deixou a cabeça pender em direção à árvore. “Você não é de falar muito, não é? Enfim…”
“Novamente eu fugi do laboratório, do Doutor e de Lucy, mas nunca estive realmente livre. Sempre senti a sombra dela atrás de mim, sabe? Uma presença constante e uma ameaça eterna.”
“O Doutor me quer de volta e sempre usa a Lucy para isso. Aposto que desta vez ele ordenou que ela me trouxesse vivo ou morto. Agora estou sempre em fuga olhando por cima do ombro.”
“Sei que um dia ela vai me encontrar, e nesse dia será o fim. O fim para um de nós dois. Mas até lá eu luto, amigo Orc. Luto contra o que sou, contra o que fizeram de mim e, infelizmente, nem sempre consigo me vencer. Tudo se torna difícil quando tudo o que conhece é dor e sofrimento.”
Victor observou que o Orc continuava com os olhos fechados, peito imóvel. “Amigo Orc?” perguntou ele, inclinando-se para sentir o pulso do Orc, apenas para constatar o óbvio.
“Você lutou bem, Orc. Mais sorte na próxima. Se sua alma quiser vingança, eu estarei esperando e será uma honra”, disse Victor, revirando os bolsos de seu suposto amigo.
“Talvez você entenda, talvez não. Mas precisava desabafar, precisava que alguém soubesse o que aconteceu comigo. O que ainda acontece, na verdade.”
“E Lucy!” gritou para o alto “se você estiver ouvindo, e eu sei que está aí, sei que não vai parar até me encontrar. Mas eu não vou mais facilitar, amor. Vamos ver quem cai primeiro desta vez!”
A série Histórias de Fogueira irá trazer contos de terror sobre temas variados. Em “O Fim” você irá conhecer um jovem que apenas está buscando sua sobrevivência no fim do mundo. Mas será que apenas os zumbis são o perigo?
O Fim
O fim do mundo havia começado há uns meses, e após certo tempo eu havia perdido a noção dos dias passados com as noites mal dormidas e não saberia dizer se já faz anos ou não.
Felizmente a bagunça inicial já passou, e várias famílias ainda estão razoavelmente bem dentro de suas casas com muros repletos de cacos de vidro e portões gigantes que servem como “barreiras anti-mortos-vivos”.
Sofrendo perdas ou retaliações apenas quando devem sair considerando que seu estoque está baixo, ou como era meu caso: pessoas que não aguentam ficar trancadas e preferem se arriscar.
Claro que o início importa mais que o fim. Onde se estava quando as primeiras pessoas saíram enlouquecidas pelas ruas mordendo umas às outras? Essa pergunta é válida quando se trata da sobrevivência do primeiro dia.
Eu estava na rua com alguns amigos que se tornaram meu primeiro grupo de sobreviventes, ou quase. Perdi alguns naquele dia, mas continuei de pé, e depois disso não consigo me ver estacionado em algum lugar.
Segui os dias aguardando o grupo de protagonistas que provavelmente já está investigando de onde o vírus veio e como ele pode ser controlado ou exterminado, até eles chegarem ao resultado do plano infalível que estão criando e dar um fim para essa bagunça.
Não faço parte desse grupo, sou apenas um figurante no fundo da cena me esforçando para não virar um “minion do vilão”.
E depois de tanto tempo entrando em grupos que, ou morriam todos, ou resolviam se aquietar para tentar viver em paz em algum lugar, percebi que seria mais fácil seguir meu caminho sozinho, sem ninguém a quem temer pela vida, ou pior, a quem temer pela morte.
Aquele era um dia tranquilo em específico. Estava andando em uma rua rodeada por floresta, ouvindo o silêncio ser quebrado pelo farfalhar das folhas ocasionalmente sendo levadas pelo vento. Olhava ao redor com cautela procurando por água, pois a minha reserva tinha se esgotado.
Havia andado o dia todo e estava cansado e com sede, não escutei um único gotejar e precisava me reabastecer, e quando pensei em procurar uma árvore de troncos grossos para tentar dormir, ouvi ao longe um barulho que sabia não pertencer ao vento.
Meu coração acelerou e eu olhava ao redor com cuidado até ouvir uma voz feminina pedindo por socorro.
Já havia sido vítima desse tipo de truque no passado devido à minha predisposição para ser excessivamente ingênuo e benevolente. Uma mulher aparentemente frágil precisando de ajuda, e de repente, um grupo de outras pessoas me rodeava e roubava meus recursos.
E sabendo disso, eu não consegui resistir ao chamado. Mesmo sendo um figurante, eu ainda era humano.
Segui a voz apreensivo até chegar a um pequeno barranco, íngreme o suficiente para causar estragos, mas não tão alto a ponto de matar. A voz estava vindo de uma jovem que havia caído e estava presa em uma árvore que não sucumbiu à queda, ficando na diagonal.
Analisei a cena antes de me mostrar: o terreno estava liso, então ela não estava achando apoio para subir, e a queda deixaria qualquer um machucado o suficiente para ser lento e um alvo fácil. Não era uma boa alternativa.
Olhei ao redor e não parecia ter ninguém por perto, até porque, aquele não era um local propício para uma emboscada já que a mulher realmente poderia morrer. A menos que eles não se importassem com isso… mas eu estava pensando demais!
Me aproximei um pouco e na hora que me viu a moça entrou em alvoroço pedindo ajuda. Ainda receoso, pedi que se acalmasse e me aproximei, tirando do meu kit de sobrevivência uma corda que peguei em uma loja qualquer.
Fiz um laço firme e arremessei, pedindo pra ela posicionar ao redor da cintura. Depois procurei um ponto de apoio enquanto ela fazia o que pedi, até que achei uma pedra firme. Então eu puxava de um lado e ela tentava escalar do outro.
Quando finalmente chegou no topo, me apoiei nos joelhos tentando buscar o ar enquanto ela deitava no chão e olhava para o céu. Em seguida começou a rir como se tivesse acabado de ouvir a piada mais engraçada da história, e entre os risos, me agradeceu, o que me fez rir também.
Ela não era uma armadilha, era uma companhia. Começamos a conversar e percebi que ela tinha os mesmos ideais que os meus: ficar vagando, conhecendo pessoas novas e quase morrendo em penhascos (isso me fez rir de novo).
Como já estava tarde, expliquei que iria subir na árvore para dormir, mas estava com sede, então ela disse que conhecia um lago perto e que era lá que buscava recurso quando precisava.
Começamos a caminhar, primeiro em silêncio, depois fui puxando assunto e ela foi cedendo. Me contou de sua vida anterior, como era esforçada e estava estudando para ser médica, mas que “O Fim”, como chamou, acabou com seus planos.
Ela também perguntou de mim, e aos poucos fui contando meu passado. Contei que trabalhava como vendedor, e essa profissão havia me ensinado a ler as pessoas, entender quando estavam me passando a perna e que isso era uma vantagem aqui fora.
Ela me olhou séria: “O mundo mudou e as pessoas também! Todos criaram mais cascas dos que aquelas que já possuíamos. Ler alguém hoje é mais difícil do que antes”.
Continuamos andando em silêncio, já que eu pensava em suas palavras, e antes que eu pudesse perguntar mais, um som que reconheci me chamou atenção: ÁGUA!
Olhei para ela animado e ela começou a andar mais rápido até que estávamos em um lago muito grande. Perguntei se realmente era seguro e ela me assegurou que sim, mas não aguardei sua resposta.
Eu já havia jogado minha mochila no chão, tirado minhas meias e meus tênis, e antes de tirar a camiseta olhei para ela, que me encarava.
Ela apenas acenou que sim, como se estivesse me dando permissão, e se dirigiu para um tronco caído numa pequena clareira que parecia já ter sido visitada muitas vezes por ela. Por fim, tirei minha camiseta, minha calça e pulei na água.
Há tempos não sentia nada como aquilo na pele! Estava com saudade de um modo inexplicável e aquilo era quase o paraíso. E em nenhum momento a jovem olhou para mim, não que eu tenha percebido.
Quando me encontrei com ela novamente, já vestido, ela havia feito uma pequena fogueira. Ficamos em um silêncio confortável enquanto eu admirava aquela paisagem e pensava na sorte de ter encontrado aquela mulher.
Até que percebi uma casa do outro lado, muito velha e acabada, parecendo prestes a cair por um sopro, mas o que me deixou mais incomodado, é que eu parecia conhecer aquele lugar.
Forcei a vista um pouco, e me endireitei em cima do tronco que me servia de banco, mas mesmo que não viesse nada a mente, aquela sensação não ia embora…
Antes que pudesse comentar sobre o que estava sentindo, percebi que ela se aproximava de mim, e com um olhar sapeca me perguntou se podíamos contar histórias de terror.
“Uma diferente daquela que vivemos?” questionei brincando.
Ela retrucou que na sua época jovem era escoteira, e era uma tradição contar histórias assustadoras ao redor da fogueira. Olhei para onde estávamos, e realmente parecia o clima perfeito para isso.
Resolvi começar contando uma história bem meia boca de uma versão da Loira do Banheiro, pois não consegui pensar em coisas diferentes ou inventar algo, e quando terminei, pedi para ela me surpreender.
“Existe uma lenda que contávamos nesse lago que vale a pena ouvir: Há muitos anos, uma senhora rica havia se mudado para essa região e construiu uma enorme casa bem ali.”
Ela apontava para a colina do outro lado do lago, onde atrás das sombras das árvores era possível avistar as paredes corroídas daquela mansão. Aquela cena me trazia alguma memória em pedaços que eu não conseguia juntar.
“A mulher era sozinha, não tinha filhos e nunca havia se casado. Vivia apenas na companhia de seus três poodles gigantes.”
Ao longe ouvimos um uivo, e tentei disfarçar o arrepio na minha coluna com uma piada sobre coincidências do destino, mas ela não riu.
“A casa também recebia a visita de alguns mordomos e serviçais aos finais de semana que ajudavam com a limpeza e outros afazeres. Ela vivia feliz com sua rotina programada e curtindo a solidão que sempre quis.”
“Até que um dia, um grupo de jovens apareceu, fazendo uma grande fogueira e muito barulho. Pareciam ter saído de filmes de terror onde nenhum deles tem neurônio e só pensam em atos libidinosos.”
Ela me encarou séria, como se a culpa fosse minha… mas eu sentia que talvez fosse, mesmo que não conseguisse explicar.
“E em uma daquelas noites começou a chover muito forte, uma espécie de tempestade com ventania. E o grupo avistou a casa como um bom lugar para se esconder após alguns dias perturbando a paz e sossego daquela doce senhora”
“Eles foram até lá e bateram incessantemente na porta, e quando começaram a gritar que iriam forçar a entrada, a idosa abriu as fechaduras e os permitiu adentrar seu lar.”
“Seus cachorros não paravam de latir, presos em outro cômodo, e os jovens começaram a reclamar e agir como se aquela casa pertencesse a eles.”
“O que eles não sabiam é que a senhora tinha alguns problemas, e havia se isolado para manter os outros seguros. Naquela noite, ela deixou os cachorros soltos para que a ajudassem, e um a um lentamente matou aqueles que haviam tirado sua paz.”
“Os primeiros foram mais fáceis, porém um rapaz em específico havia levado seu irmão mais novo, e queria proteger ele, dessa maneira, pegou um machado escondido no armário, e ainda conseguiu atingi-la com um único golpe no rosto, deixando uma cicatriz que cortava sua face.”
“O irmão mais novo fugiu, mas todos os outros ela conseguiu matar, porém nenhum corpo foi encontrado quando os policiais vieram revistar o lugar após ouvirem o testemunho do menino.”
“Dizem que nada foi achado porque a senhora usava como comida aqueles que tirava a vida e até hoje os que vem tirar o sossego da idosa, tem o mesmo destino no fim.”
Dei um pulo quando novamente ouvimos os uivos e latidos anteriores, só que dessa vez pareciam mais próximos. Ela achou graça do meu susto, e quando eu ia comentar que os bichos estavam perto, ela começou a falar da família dela repassando essa lenda como verdade.
Minha cabeça começou a doer forte, e eu me distrai do susto anterior, continuando nossa conversa e entrando em assuntos banais, ora falando de como as coisas eram antes, ora sonhando com um futuro em que as coisas fossem voltar ao normal.
Mas aquela sensação de conhecer o lago e a casa começou a aumentar. Olhava ao redor e parecia que eu já estivera naquele local antes, só não entendia como.
E de repente os uivos estavam tão perto que eu sabia que estávamos em perigo. Me levantei rápido e puxei aquela moça para minhas costas, perto do lago. No pior dos casos, poderíamos usar a água a nosso favor.
Mas lobos sabem nadar, não sabem?
Minha cabeça não estava funcionando direito, e a dor parecia aumentar. Era como se algo estivesse querendo voltar à minha mente, mas não encontrava o caminho.
Olhando ao redor, para além de onde a claridade da fogueira poderia iluminar, percebi dois círculos amarelo brilhantes se aproximando. Era definitivamente um lobo.
Sentia as mãos da mulher nas minhas costas, tremendo. Os animais com o vírus zumbi eram ainda piores que as pessoas, e eu não tinha ideia do que fazer para sair daquela situação.
E enquanto encarava os olhos daquele animal, percebi mais dois pares de olhos se aproximando pelas laterais, formando um círculo com seis olhos amarelos emitindo rosnados baixos na nossa direção.
Senti então, água nos meus pés. Olhando para baixo percebi que havia andado para trás devagar e por isso estava dentro do lago. Mas e a mulher?
Chamei por seu nome, mas não tive resposta. Balancei as mãos para trás sem tirar os olhos dos três bichos que me encaravam das sombras, mas não senti nada no ar.
Quase como se fosse ensaiado, aquela jovem apareceu atrás da criatura que havia aparecido primeiro, com um semblante sombrio e sorriso malicioso.
Baixei minha guarda acreditando se tratar de uma pequena pegadinha, mas quando ela levou suas mãos ao rosto e rasgou sua face, como se fosse papel, eu sabia que algo estava completamente errado.
Por baixo de seu rosto jovial, olhos amarelos surgiram, totalmente vazios de alma. Seu sorriso aumentou, se assemelhando a uma caça quando encontra sua presa, e pude ver cortando seu rosto uma enorme cicatriz.
Naquele momento, flashes vieram a minha mente, e eu entendi o motivo de estar com aquela estranha sensação.
As criaturas da noite nos esperam. Se vamos falar de…
Vampiros e RPG, comecemos por Drácula…
…o primeiro e mais famoso vampiro da cultura pop, trazido pelo livro de Bram Stoker, e depois aparecendo em filmes (muitos em preto e branco), videogames, Histórias em Quadrinhos, Animes, comédias e animações.
Originalmente, no livro, Drácula como personagem é montado como o estudo de um criminoso, a luz dos conhecimentos científicos e investigativos da época.
Outros exemplos: o Vampiro Lestat e companhia, de Anne Rice. A Hora do Vampiro, de Stephen King.
Alguém se recorda do videogame (e anime) Castlevania? Quer ver nossa adaptação para 3DeT? Clica aqui!
A “Saga Crepúsculo“, também definida como “…os livros de Crepúsculo são pornô adolescente. Os livros não são sobre vampiros e lobisomens…” por Stephen King (adivinha se sou fã do velho…)
Mas voltando a nosso questionamento inicial:
Vampiros e RPG: combater os monstros?
Em muitos RPGs, vampiros são “apenas” monstros, estão lá como um obstáculo a ser vencido. Às vezes, porém, com alguns diferenciais, como mordida que pode transmitir o vampirismo, tornando o personagem um vampiro em x dias. Isso pode ser a trama da aventura – curar o personagem ANTES que ele se torne uma monstruosidade.
Um dos cenários mais conhecidos de D&D, Ravenloft, coloca os vampiros no “topo” da cadeia alimentar, influenciando a vida de todos os viventes daquela região.
Mas, ó, chega dessa coisa de ter medo de perder níveis. Se trancar em casa depois do pôr do Sol, colocar alho nas portas e janelas. Bora pra cima. Hora de virar a mesa.
Interpretar um vampiro (ou vampira).
A própria transformação de um mero mortal em uma criatura potencialmente eterna (não morre por causas naturais), já pode gerar a primeira aventura. Aliás, fiz uma micro enquete, parece que interpretar é a forma preferida de se utilizar os mortos-vivos mais conhecidos em RPG.
Isso mexe com nossas fantasias de vida eterna, sensualidade, poder…
Vampirella, a sensual “super-heróina” vampira dos quadrinhos, veio a sua mente?
Por outro lado, também pode suscitar o horror pessoal, a “fome” ou “sede” , o lado bestial, os impulsos “ruins”.
Entretanto, temos RPGs para interpretar um vampiro(a)?
Vampiro, Sozinho na Escuridão , pela Editora 101 Games, super brasileiro! Quer ver nossa resenha?
As 7 baladas Oeste Sombrio, pela Editora NozesGame Studios, permite que você seja um vampiro no Velho Oeste, entre outras bizarrices, (no bom sentido). Sim, também temos resenha! (Também do Brasil, …Sil, …Sil…)
Todavia, também há a opção de …
Caçar Vampiros no seu RPG.
Não basta combater. Eles se escondem. Precisamos achar as criaturas, estejam onde estiverem. Invadir seus ninhos, fortalezas e criptas.
No próprio World of Darkness, (nosso Mundo das Trevas em português) pela Editora Galápagos. Há humanos comuns que “batem de volta”. Conheça: Caçador: A Revanche.
Night’s Black Agents — como super espiões, vamos botar os vampiros dentucinhos pra correr. O banco de sangue relata permanentemente baixos estoques, apesar das campanhas de doação? Investiguemos! Pela Editora New Order, no Brasil.
Caçar vampiros na Escandinávia? Claro, porque não? Vaesen, trazido ao Brasil pela Editora Retropunk. Quer uma resenha? Toma! Quer um cupom e desconto na retropunk? movimentorpg10.
“Delta Green”, já financiado com sucesso pela Editora Retropunk, numa pegada mais contemporânea.
E finalmente…
O sol se pôs. Há muitas referências na ficção para inspirar aventuras.
Filmes:
A Hora do Espanto
Os Garotos Perdidos
Vampiros, de John Carpenter
A Hora do Vampiro (filme e livro)
Saga Crepúsculo… (Por sua conta e risco)
Abigail
Um drink no inferno.
Os vampiros que se mordam (comédia/sátira)
Força Sinistra
E ainda quadrinhos, contos, videogames…
Encerro por aqui. Um feliz mês das bruxas. Tranque as portas e janelas. Cheque os crucifixos e o alho. Faltam apenas algumas horas para o sol nascer…
Se curtiu e quiser dar uma chance a mais conselhos deste humilde escriba e produtor de conteúdo, seu criado, em breve abordarei este tópico no nosso podcast, o dicas de RPG. Adeus, não…
…até breve, e por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!
O telefone preto e Outras Histórias – é um livro de contos, sendo que um deles foi adaptado para o cinema, como ” O telefone preto”, combina perfeitamente com sexta-feira 13. Pela Produtora Blumhouse. Editora Harper Collins. Anteriormente publicado no Brasil como “Fantasmas do Século XX”.
Escrito por Joe Hill ( filho de Stephen King, na verdade – olha a foto:), e tradução por Ulisses Teixeira.Joe Hill, filho de Stephen King, a cara do pai
O telefone preto
O conto original é bem curto. Foi MUITO aumentado em volume, personagens e eventos para se transformar no filme de sucesso que assistimos.
Apesar disso, não diria que foi “apenas” adaptado para tela grande, foi melhorado mesmo. Como conto, achei mediano, sinceramente.
Há estórias melhores e piores que o Telefone preto …
No mesmo livro de contos. Vamos citar todas aqui e agora.
Melhor estréia de terror
Fantasma do Século XX
Pop ART
Você ouvirá o canto do gafanhoto
Os filhos de Abraham
Melhor que lá em casa
O telefone preto
Entre as bases
A capa
Último suspiro
Natureza morta
O café da manhã da viúva
Bobby Conroy volta dos mortos
A máscara do meu pai
Internação voluntária
Agradecimentos (há um conto a mais escondido nos agradecimentos)
Nesta edição de contos…
Alguns eu gostei muito, outros acho que nem fariam falta (embora o escritor da introdução, no livro, discorde de mim).
O que gostei, e o que não gostei:
Melhor estréia de terror – nível Além da Imaginação, e com dois plots no mesmo conto. Gostei muito.
O fantasma do Século XX – mais como uma homenagem a sétima arte, do que uma boa estória.
Pop ART – talvez haja uma metáfora que não entendi muito bem. Não curti.
Você ouvirá o canto do gafanhoto — muito bom, uma homenagem a Kafka, um manifesto anti bullying, terror, muitas pautas que achei bem amarradas num único texto. Excelente.
Os filhos de Abraham – um exercício de imaginação e homenagem a Drácula. Eu não gostei do resultado final.
Melhor que lá em casa. — Agridoce. Um pouco panfletário demais pro meu gosto. Médio.
O telefone preto – o prato principal da coletânea me decepcionou um pouco. Não que seja ruim, mas o filme é muito maior e melhor.
Entre as bases – Eu gostei bastante deste.
A Capa – todo vilão tem um passado. Um motivo para se tornar o que é. Este foi um bom exemplo. Gostei.
Último suspiro – mais um bem típico de Além da Imaginação. Bem do meu gosto.
Natureza morta – boas ideias podem estar em textos curtos, de apenas 2 páginas. Gostei dessa curiosidade.
O café da manhã da viúva – eu gostei, de uma forma estranha, que não sei explicar. Acho que era isso que o autor queria causar.
Bobby Conroy volta dos mortos – homenagem a George Romero e Robin Williams. Eu gostaria que fosse menos clichê. Não gostei.
A máscara do meu pai – mais um que gostei, mas causou certa estranheza. Achei médio.
Internação voluntária – um dos melhores está no final. Aborda questão de autismo e exclusão, mas não achei panfletário. Mais um que achei as diferentes pautas bem amarradas num conto de terror, todavia senti muita influência de Stephen King.
Agradecimentos – achei que foi plágio de um dos contos do pai. Não reclamo, visto ser um extra, mas achei sofrível mesmo.
Fique a vontade para discordar.
Como você deve ter notado,…
Eu não sou um escritor profissional,
Mas talvez haja algumas coisas nesta coletânea que eu e você possamos fazer melhor, em 317 páginas de papel Pólen.
Observe que em outras resenhas, eu coloco pontos fortes e fracos de certos jogos e/ou RPGs.
Se você é um fã de Stephen King, como eu, vai perceber influência importante em alguns pontos, embora o autor tente se distanciar no estilo em outros.
Dentre alguns trechos de Stephen King que mais gosto, coloco:
” … Fulano é incapaz de achar o próprio traseiro com as 2 mãos livres e uma lanterna..”
“… Se há um sujeito puramente mais idiota que um novaiorquino, é um sujeito de Nova Jersei…”
” …Mais inglório que morrer na explosão de uma esterqueira…”
Não achei passagens tão espontâneas neste livro de contos, mas achei que passou perto.
Até breve, querido RPGista, leitor, ou mestre. (Ou escritor/crítico literário …)
E uma Sortuda e Feliz Sexta-feira 13…(afinal, o que mais pode dar errado?)
Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!
Alien é um filme de terror, que inaugurou o estilo sci–fi horror, como o conhecemos. Com Alien Romulus chegando aos cinemas, mais um filme da franquia, vamos falar um pouco sobre o primeiríssimo filme.
No Brasil, foi lançado com o título de “Alien, o Oitavo passageiro”, originalmente estreou em 1979, com direção de Ridley Scott, e grande elenco introduzindo Sigourney Weaver ao estrelato vitalício.
Em “Alien, o Oitavo Passageiro”, diferente de outros …
Filmes na época, com alienígenas peludinhos e amiguinhos como em Star Wars (guerra nas estrelas, naquele tempo), ou “ET, o extraterrestre”, uma criatura frágil que precisa ser protegida, o esquema é o outro.
Num universo frio e hostil, o ser humano é uma caça, não um caçador. Você, todos que você ama, conheceu ou vai conhecer, são apenas parte da cadeia alimentar.
E outro animal está no topo agora, não nós, simples seres humanos
Desde o início, somos trazidos para o isolamento do frio sideral…
Ao contrário de filmes de hoje, que tentam te prender com imagens de lindos jovens adolescentes, sendo mortos de maneira violenta logo nos primeiros minutos, o início é lento, e despertamos para uma nave espacial escura e labiríntica, após meses de hibernação
No Universo de Alien…
Estamos numa solidão compartilhada, e somos obrigados a investigar um sinal que se repete a cada 11 ou 12 segundos. Sob pena de não recebermos pagamento, se não formos atrás. (Está no contrato).
Mas tínhamos outra escolha?
Não somos adolescentes. Somos personagens maduros de 30 a 40 e tantos anos, e apesar do subtítulo “oitavo passageiro”, na verdade o Alien poderia ser o nono, pois também há um gato doméstico (já prevendo este nosso futuro de catlovers?)
Horrores de pesadelos insetoides, cinzentos e gosmentos criados pelo (falecido) designer H R Giger, nos perseguirao por todos os cantos da nave.
A franquia de Alien…
É muito prolifera, tendo gerado a sequência de filmes:
“Alien, o Resgate”, que é muito mais um filme de ação que terror,
Alien III, filme
Alien IV, filme
quadrinhos,
videogames, como Alien VS Predador, e o premiado Alien isolation,
te inspira a adaptar para muitos cenários, e perigos muito além dos xenomorfos.
Por falar em cinema…
Qual seria a ordem dos filmes?
Alien, o Oitavo Passageiro (1979)
Aliens, O Resgate (1986)
Alien 3 (1992)
Alien – A Ressurreição (1997)
Alien vs. Predador (2004)
Alien vs. Predador 2 (2007)(Agora, cá entre nós, esse crossover com Predador deve pode ser totalmente ignorado)
Prometheus (?) 2012
Alien Covenant – 2017
Alien Romulus 2024 (isso promete, pelo que vi no trailer)
Impressão pessoal …
Eu gosto muito da franquia. Junto com “Enigma de outro Mundo”, fazem meus filmes preferidos de ficção científica e sci – fi horror. Dá pra inspirar aventuras tanto de terror, com pânico e tudo mais, quanto simular uns jogos de tiro, nos mais diversos tipos de mídia.
O grupo Aliança RPG tem umas zines excelentes deste universo. Quer conhecer? Clica aqui.
Espero que esta resenha tenha ajudado a aliviar o hype. Ou talvez aumentar?
Lembre-se: “No espaço ninguém vai ouvir você gritar”
e o “maior predador do homem, é o próprio homem ”
Há perigos além do frio absoluto, do vácuo e de alienígenas. Um passo em falso, e pode ser o seu fim, no espaço congelante e hostil.
Ainda assim, espero compartilhar este terror com você. Até breve, Astronauta. Lembre-se de checar o nivel de combustível do lança chamas, o sensor de movimento, e o nível de oxigênio do traje. Mas acima de tudo, cheque seus companheiros astronautas…
Temos outras resenhas, aqui no movimentoRPG. Quer checar aqui? E nosso podcast, já conhece? Escuta aqui!
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Você tem coragem de enfrentar a loira do banheiro? Com esse jogo da Bureau você vai precisar mesmo!
Ficha técnica
Número de jogadores: 2-5 jogadores Tempo: 15 minutos Mecânicas: Cartas Multiuso, Force sua sorte Editora: Board Game Bureau Componentes (jogo base):
3 cartas de Grito
3 cartas de Toc-Toc
1 carta de Interruptor
1 carta de Chute na Privada
1 carta de Descarga
1 carta de Fios de Cabelo
1 carta de Banheiro Feminino sem pontuação
2 cartas de Banheiro Feminino de 2 pontos
4 cartas de Banheiro Feminino de 1 ponto
1 carta de Banheiro PCD sem pontuação
2 cartas de Banheiro PCD de 2 pontos
4 cartas de Banheiro PCD de 1 ponto
2 cartas de Banheiro Masculino de 2 pontos
4 cartas de Banheiro Masculino de 1 ponto
3 cartas de Cabine de Banheiro de 2 pontos
2 cartas de Cabine de Banheiro de 3 pontos
1 carta de Cabine de Banheiro de 4 pontos
1 carta de Loira do Banheiro
4 cartas de Ajuda do Jogador
3 fichas de Papel Higiênico
Como funciona
No centro da mesa ficam dispostas a carta da Loira do Banheiro e das cabines de banheiro misturadas. Na sua rodada você decide se deseja jogar, para isso deve comprar uma carta e resolvê-la. Se, em algum momento você decidir não comprar uma carta, você não jogará mais nessa partida.
Entre as cartas disponíveis você terá as de banheiro que geram pontos e te ajudam a enfrentar a Loira. Cartas de toc toc que dão uma ficha de papel higiênico. Essas te dão pontos se você se manter com elas e podem também ser trocadas pela oportunidade de ir até uma cabine do banheiro.
Você também pode comprar a Descarga, que elimina do jogo uma carta do centro, sem que ninguém sabia se era a Loira ou uma cabine normal. Outra carta disponível é o Espelho, que irá duplicar alguma carta de pontuação no final do jogo. Ainda é possível comprar o interruptor que você guarda consigo para encerrar o turno ou trocar por pontos no final.
Ainda temos o Grito e Fios de Cabelo, as cartas que fazem você ou um outro jogador abrir as cartas do meio, arriscando a tirar a Loira do Banheiro ou pegar cartas de pontuação mais alta.
Caso você precise encarar a Loira do Banheiro, pode entregar duas cartas de banheiro do mesmo tipo. Se não tiver, todas as suas cartas vão embora. Se você não conseguir se safar, aquele turno terminou.
O turno também pode terminar porque alguém usou o interruptor ou ainda porque as 3 cartas de Grito já saíram. Os jogadores contam o ponto e determinam o vencedor. Então começa novamente até que um jogador tenha vencido 2 turnos.
Análise do jogo
Loira do Banheiro é um jogo tenso, que consegue criar uma atmosfera de expectativa e medo ao abrir as portas das cabines. É um jogo rápido e divertido, com a dinâmica bem integrada à temática.
Um dos destaques desse jogo é sua arte. Ela me lembra alguns quadrinhos mais adultos e alternativas e algumas das ilustrações de Elektra Assassina. Não é à toa já que o responsável é Weberson Santiago ilustrador internacional, responsável por Coup, Quest, O Bom, o Mau e o Bode, entre outros jogos e trabalhos.
O jogo tem uma boa dose de sorte. A mecânica é simples e de fácil aprendizado. É um desses jogos que vai despertar a curiosidade, então com certeza vai bastante para a mesa. Também uma boa opção para jogar no início de uma jogatina ou entre jogos mais pesados. Quem sabe como aquecimento para outros de temática de terror?
Conhece a Board Game Bureau?
Bureau é um coletivo de criação de boardgames, composto por artistas, designers, professores e entusiastas. Com diversos jogos já no catálogo, o objetivo é fomentar cada vez mais o desenvolvimento de jogos. Estão em andamento neste momento com o plano Sete que está a apoiando a criação de jogos por designers externos ao coletivo.
Gostou, então já sabe!
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Nesta Quimera de Aventuras vamos falar sobre Dublê, também conhecido como The Fall Guy, um filme de ação e comédia lançado em esse ano, dirigido por David Leitch (Trem-Bala, Deadpool 2) e baseado na série de TV de mesmo nome dos anos 80.
Dublê
O filme acompanha a história de Colt Seavers (Ryan Gosling), um dublê de Hollywood que se vê obrigado a abandonar a vida de acrobacias perigosas após um acidente grave. Um ano depois, ele é chamado de volta aos sets para encontrar um astro de cinema desaparecido, desvendar uma conspiração e tentar reconquistar o amor de sua vida, tudo isso enquanto realiza seu trabalho de dublê.
O Dublê é um filme eletrizante e cheio de ação, com cenas de tirar o fôlego e um toque de humor. O elenco estelar, que inclui Ryan Gosling, Emily Blunt, Winston Duke, Aaron Taylor-Johnson e Hannah Waddingham, também é um ponto forte do filme.
Quimera da Aventura
Sendo assim, pensei em todas as possibilidades que o cenário Hollywood pode oferecer, como por exemplo:
Mergulhe no Glamour e na Intriga
Hollywood, a capital mundial do cinema, é um cenário perfeito para uma aventura de RPG cheia de possibilidades. Imagine seus jogadores como estrelas em ascensão, agentes secretos infiltrados no mundo dos famosos, ou até mesmo detetives investigando crimes nos bastidores da indústria cinematográfica. As opções são infinitas!
Um Cenário Rico em Detalhes
Hollywood oferece um cenário rico em detalhes e elementos que podem ser explorados na sua aventura. Sets de filmagem, estúdios cinematográficos, festas luxuosas, boates badaladas, e até mesmo os cantos mais escuros da cidade podem ser palco para suas histórias. Utilize a criatividade para criar cenários imersivos e transportar seus jogadores para o coração da indústria cinematográfica.
Personagens Memoráveis
Crie personagens memoráveis inspirados em celebridades, magnatas do cinema, estrelas em ascensão, ou até mesmo personagens originais que se encaixam perfeitamente no seu mundo. As possibilidades são infinitas e você pode usar sua criatividade para dar vida a personagens que seus jogadores vão adorar (ou odiar!).
Histórias Cheias de Ação e Suspense
Hollywood é um palco para histórias cheias de ação, suspense e drama. Utilize os clichês do cinema para criar tramas envolventes, com reviravoltas inesperadas, traições, assassinatos, romances proibidos e muito mais. Seus jogadores vão se sentir como se estivessem vivendo dentro de um filme!
Desafios Inovadores
Crie desafios inovadores que explorem as habilidades e a criatividade dos seus jogadores. Eles podem precisar desvendar segredos escondidos em sets de filmagem, participar de testes de talento para conseguir um papel em um filme, ou até mesmo se infiltrar em festas luxuosas para obter informações.
Recompensas Temáticas
Ofereça recompensas temáticas que se encaixam no cenário de Hollywood. Seus jogadores podem receber convites para festas exclusivas, contratos para filmes de sucesso, ou até mesmo acesso a segredos da indústria cinematográfica.
Uma Experiência Imersiva
Utilize música, efeitos sonoros e descrições vívidas para criar uma experiência imersiva para seus jogadores. Faça com que eles se sintam como se estivessem realmente em Hollywood, vivendo suas próprias aventuras emocionantes.
E para ajudar na imersão, olha essas dicas para te ajudar a conhecer melhor Hollywood:
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Está disposto a encarar os horrores de Lovecraft em 4AD Contra os Grandes Antigos? Uma expansão do RPG Solo de 4AD (Four Against Darkness), trazida ao Brasil pela Retropunk, escrito por Marco Arnaldo e Andrea Sfiligoi.
“A emoção mais antiga e mais forte do homem é o medo” – H. P. Lovecraft.
4AD Contra os Grandes Antigos é um jogo de RPG Solo, mas que pode também ser jogado de forma Cooperativa, e finalmente com um Narrador, de forma mais “clássica”.
Aqui, o tempo conta. E pode estar a seu favor, ou contra você. Pois em…
4AD Contra os Grandes Antigos, você tem 40 dias
E nenhum dia a mais, para salvar o mundo.
(Claro, estou sendo dramático. Seu jogo, suas regras). Mas vamos a trama principal. Seja por sonhos premonitórios, visitantes enigmáticos, tradução de antigos papiros, o fato é que os personagens descobrem que o mundo será atacado por um dos Grandes Antigos em 40 dias.
Um dos grandes pesadelos de Lovecraft vai adentrar nossa realidade. E você precisa impedir, com um grupo de 4 personagens investigadores.
Você (ou vocês, se jogar cooperativamente) vai investigar, explorar, lutar, viajar, e até recrutar ajudantes, durante 40 dias, para descobrir, através de pistas:
Qual será o Grande Antigo que despertará?
Onde ele estará?
Se sua equipe de 4 investigadores conseguiu reunir coragem, sanidade, armas e itens mágicos para impedir o máximo ritual profano.
Mas …
Quem será louco o suficiente para salvar o Mundo?
Considerações a parte, se o mundo merece ser salvo, (ou não) lembre-se: você, e todos que você conhece, vivem nele.
Então teremos Oito opções de investigadores, sendo que 4 estarão na equipe inicialmente . Você pode escolher entre:
Enfermeira
Professor
Detetive Particular
Veterano de Guerra
Medium
Espião
Gangster
Ocultista
Essa equipe é muito variada. Podem utilizar desde armas de fogo a feitiços, de facas a metralhadoras, alguns podem curar a mente e o corpo.
Mas talvez a equipe que comece com você não seja a mesma que vai terminar. Você pode recrutar ajudantes, ou mesmo trocar de investigadores nas cidades. Mas se você conhece o 4AD original, que é um dungeon crawler, vai se surpreender, pois…
4AD Contra os Grandes Antigos tem muita exploração
Mas NÃO é um Dungeon Crawler, você vai viajar por Nova York, Pântanos, Insmouth, e mais. Muito mais.
Vai encontrar monstros de pesadelo, de pequenos a grandes, e traições poderão ocorrer de onde você menos espera. Mas também tem…
Muito combate contra as forças dos Grandes Antigos
Que vão desafiar o corpo e a mente de seus personagens. Talvez alguns caiam. Ou alguns se modifiquem tanto que você não os reconheça. Outros ainda perderão sanidade.
Mas alguns podem crescer, e se tornarem muito fortes.
Você precisará gerenciar o tempo de deslocamento, por terra, ar e água. As armas que vai carregar. Quando fugir da luta, para voltar mais forte outro dia. (E cada dia conta, são apenas 40 dias).
“…O mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido” – H. P. Lovecraft
Eu sou suspeito. (E quem não é?) Eu adoro Lovecraft. 4AD Contra os Grandes Antigos é o meu RPG Solo de terror favorito. A rejogabilidade é imensa, tem muita exploração, referências a obra de Lovecraft, estratégia, combate. É procedural (ou seja, a cada vez que você joga, é diferente). Se você conhece a obra de Lovecraft, vai perceber muitas referências e apreciar a atmosfera. Se não conhece, muitas surpresas estão te esperando.
Com isso, vamos aos …
Pontos Fortes de 4AD contra os Grandes Antigos
4AD Contra os Grandes Antigos traz:
Muita rejogabilidade
Respeita obra lovecraftiana
É uma expansão “Stand Alone” – você não precisa de outros livros pra jogar
Versátil para jogar Solo ou Cooperativo
Sistema de combate simples e direto, mas não simplista. Basta 1 dado de 6 faces (D6 para os íntimos).
Se você curte um jogo analógico, é prato cheio. E pode repetir. Você vai precisar controlar 4 personagens investigadores e seus ajudantes, tempo, inventário…
Você Não sabe qual grande Antigo vai encontrar no fim de cada jogo. E cada um é um mini -jogo diferente na Batalha Final pela humanidade.
E tem alguma desvantagem? Algum ou alguns…
Pontos Fracos?
Bem… Traga sua lanterna mais perto, olhe este mapa com atenção:
Pode ser cansativo controlar 4 personagens de uma vez.
Peguei um ou dois errinhos no livro, como uma frase repetida. Nada que estrague a diversão ou imersão. Mas é que é tão bom e imersivo, que qualquer errinho chama a atenção.
O livro tem “caixinhas” para marcar os eventos que você já passou, e um mapa. Mas claro você NÃO vai querer riscar o livro, vai anotar em um papel a parte. Então precisa de certa atenção para não repetir determinado evento.
Mas e depois de Salvar o Mundo?
O jogo é tão bom, que fiquei aliviado quando terminei. Se acho que é um jogão? Sim. Imersivo?Muito. Cansativo? Um pouco.
Se você gosta de Lovecraft, e de RPG, acho que será uma grande experiência.
Já desejar saber mais sobre o 4AD (Four against darkness) original? Dá uma olhada nesta resenha.
Se você ousar mais, ainda tem uma expansão, o Aurora do Horror (que também tem uma resenha, clica aqui!), também trazido pela Retropunk.
Apesar de no momento que escrevo este artigo a Retropunk ter encerrado o licenciamento de 4AD, você vai encontrar muita coisa a respeito na internet, muitos sites de venda.
Mas se é mais terror que você procura, a Retropunk já nos trará DeltaGreen, RPG investigativo e de terror (temos um podcast sobre DeltaGreen, se você se atrever…). Mais notícias em breve…
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Então, você deseja incutir arrepios e calafrios nos seus jogadores. Hoje falaremos sobre o medo – Narrando terror e horror, para as suas sessões de jogo.
Mas o que é o medo?
O medo é um instinto de autopreservação, o que faz você continuar tomando cuidados para se manter vivo.
Sem o medo, você poderia correr riscos absolutamente desnecessários, seria inconsequente e irresponsável.
Dito isso, tudo em excesso é ruim. O medo em excesso se torna uma fobia.
Fobia é o medo exagerado e paralisante de alguma coisa. Que pode ser um animal, um objeto, uma situação, uma pessoa.
Para narrar uma aventura de terror e horror, lembre-se:
Segurança em primeiro lugar
Tanto para o mestre, quanto para seus jogadores. Claro, não existe segurança absoluta em nenhum grupo, ou lugar, mas tome as devidas providências para reduzir as possibilidades de traumas ao máximo.
Você pode fazer uma sessão zero, questionário com jogadores de temas a serem evitados, senhas de segurança para parar a sessão de efeito imediato (interromper a sessão “no questions asked” – Sem questionamentos), essas coisas…
Mas voltemos ao tópico :
Terror x Horror
Narrando terror e horror: para fins de organização, terror é a antecipação de algo, a tensão frente ao desconhecido.
Exemplo:
1) Terror – A garotinha escuta o cão da família latindo sem parar, mas não consegue acordar os pais, ela mesma vai investigar…
2) Terror – Não há vento nas árvores, mas uma corrente gelada abre a porta atrás de você, de supetão …
Já o horror, são seus piores medos, que serão confrontados e expostos.
Exemplos:
1) Horror – A garotinha, ao investigar, o cãozinho da família latindo, vê um vulto lutando com os espíritos de seus pais, que na verdade, não acordavam não por estar com sono pesado, mas por estarem lutando contra um ladrão de almas!
2) Horror – Ao se virar para a porta que acaba de abrir de súbito, mesmo sem vento, com um hálito gelado, uma figura se desenha contra a luz da rua, com um cutelo pingando sangue, e rosnados de fome – seja o que for, ainda não está satisfeito, e parte para saciar sua fome com você!
Criando uma atmosfera de terror
Terror tem muito a ver com clima, com atmosfera. É como uma música que começa suave, e evolui, crescendo.
Você pode começar a construir a ambientação com uma música baixa e tensa, iniciar a narração com uma voz suave e rouca, mas incutindo alguma urgência.
De um modo geral, risadas numa sessão de RPG de terror quebram o clima. Claro, podem ser usadas piadas para aliviar a tensão entre um susto e outro, mas se forem frequentes, o objetivo da sessão se perde.
Numa sessão de terror, os personagens jogadores via de regra são a caça, não os caçadores. Podem iniciar investigando algo, mas em breve esse “algo” pode notar. E vai atrás de seus perseguidores.
Sustentando a tensão
Manter um clima tenso por tempo demais, cansa, fica repetitivo. É interessante alternar entre exploração e tensão, ou momentos de relaxamento e urgência.
Reviravoltas na trama também ajudam a tirar os jogadores da zona de conforto.
“Resgatamos os gêmeos, que haviam caído no poço. Os pais os abraçaram sofregamente, mas as crianças pareciam chorar não de alívio, mas de angústia. Achamos que fosse apenas o estresse de estarem perdidas. No dia seguinte, a manchete no jornal me surpreendeu no escritório: Incêndio na casa de crianças resgatadas…”
Exemplos de RPG de terror
Mas que cenários e/ou sistemas podemos usar? Narrando terror e horror, temos muitas opções (nacionais e estrangeiras). Vamos ver algumas:
E a lista segue com Kult, Shadow of the Demon Lord…
O tema é bastante amplo
Você pode incrementar com trilha sonora de suspense, se inspirar em filmes, séries, livros, jogos de tabuleiro, videogames, usar até mesmo aromas, como café ou chocolate, para surpreender os sentidos, e seus jogadores.
Embora eu seja ateu, graças a Deus, tenho fé que em breve este tema será abordado nesta coluna por outros mestres.
Muitas aventuras, sustos, pesadelos, reviravoltas, tramas e mistérios para você e seus jogadores. Eu logo estarei de volta! (Acabei de lembrar, devo tomar cuidado, sempre que alguém diz isso num filme de terror, é sinal que esse personagem nunca mais voltarAAAAAARRRGGHHHHHH!)
Por último, mas não menos importante, se você gosta do que apresentamos no MRPG, não se esqueça de apoiar pelo PicPay, PIX ou também no Catarse. E com isso, torne-se um Patrono do Movimento RPG e tenha benefícios exclusivos! Ou então, apoie nossa revista digital, a Aetherica através deste link!