Assim Nasce um Vilão – Prólogo em Enots #02

Prólogo em Enots é uma serie em 4 contos que contará a história da Criação e Decadência do plano Enots. Em Assim Nasce um Vilão, vamos acompanhar a jornada do meio-elfo Morkrani, sedento por poder ele vai atrás de seu objetivo.

Assim Nasce um Vilão 

Após a Grande Guerra existiu um meio-elfo, chamado Morkrani, que se tornou famoso por um único motivo: expedições. 

Masmorras antigas, construções abandonadas, e principalmente templos eram desvendadas pelo jovem que escalava montanhas e encontrava reinos perdidos em busca desses locais enigmáticos, e o que todos buscavam entender era o motivo para tal ambição. 

Muitos diziam que ele ansiava por itens mágicos, mas essa teoria logo era descartada, pois a maior parte daquilo que conseguia deixava em museus, em posse do governo ou de guildas. Alguns diziam que eram pelas histórias que os bardos contariam sobre seus feitos e de como atrairia belas damas, mas ele sempre se afastava das festividades e jamais fora visto nos braços de alguém.

O que os teorizadores não sabiam é que esse meio-elfo conhecia as propriedades mágicas primordiais que esses lugares forneciam, sendo mais antigas que a própria Criação, não somente vindouras de itens ou do divino, mas também de tempos remotos as quais os livros não mais discorriam, e a qual ele conhecia através de manuscritos encontrados no quarto do pai que desapareceu, e por isso, ele buscava pela promessa do que havia lido: ser preenchido completamente pelo poder primordial.

Sua fama era transmitida através dos reinos. Nobres e poderosos tentavam persuadi-lo de inúmeras formas a contar seus motivos e aspirações, porém ele sempre contornava a situação. Até que um dia, brindando com um jovem rei ganancioso, que queria que o meio-elfo trouxesse os itens apenas para ele, o burguês acabou se deixando levar pela bebida, revelando um dos maiores segredos que possuía: a Marca da Fênix – uma maldição que cercava a família real. 

O jovem sabia que não poderia ficar vagando para sempre e que alguma hora seria bom ter aliados que pudessem protegê-lo e servi-lo. Vendo na confissão do rei uma oportunidade, propôs um acordo: ele continuaria suas expedições, e voltaria ano após ano até que o rei ou seus herdeiros, tivessem uma filha, que seria prometida a ele, formando uma união com benefícios mútuos. Mas, se ele demorasse e outra oportunidade aparecesse, ele não a desperdiçaria. O rei, tão orgulhoso, vaidoso e arrogante quanto o jovem, concordou.

O meio-elfo continuou suas aventuras solitárias e mesmo quando voltava de mãos vazias, se dirigia à ferreiros de confiança para construírem itens que alegaria serem antigos e raros, enganando pequenas cidades e aldeias. Não somente isso, quando encontrava reinos com criaturas consideradas “perdidas” ou “extintas”, que tinham medo de voltar à superfície e serem caçadas ou mortas novamente, sempre realizava chantagens em troca de seu silêncio.

Um dia, o rapaz encontrou o Templo do Éter, que continha em suas paredes passagens sobre Templos Elementais, inclusive sobre o Templo da Morte, que fora construído por Argen durante a Grande Guerra, aguçando sua curiosidade e decidindo que iria fazer de tudo para encontrá-lo. Talvez ali teria o poder do grande Lich, e se existisse, iria tomá-lo para si. 

Após muitos sacrifícios, não somente de seu próprio sangue, mas também de muitos inocentes, descobriu uma ilha longe de todos os continentes, que ficava rodeada por águas turbulentas e nuvens negras, a qual ele tinha certeza ser o lugar onde iria encontrar o que queria. 

Com muito esforço encontrou um grupo de marujos que aceitou navegar com ele, já que todos sempre informavam que na direção que queria ir não tinha nada, porém, aumentando a recompensa que os tripulantes teriam, o grupo concordou em acompanhá-lo. 

O mar estava tranquilo, e os marujos beberam, cantaram e guiaram o navio com grande maestria. O meio-elfo até começou a pensar que sua vida teria sido mais divertida se tivesse optado por escolher um grupo para si, mas ao terceiro dia, quando já se aproximavam do local, o mar se mostrou mais agressivo.

Os marujos diziam não ver sombra ou contorno de ilha, mas o meio-elfo afirmava enxergá-la no horizonte, e por isso, indo contra tudo que acreditavam, eles prosseguiram. A noite foi longa e começaram a ser atacados, mas ninguém sabia dizer o que ou de onde os ataques vinham. Pareciam tentáculos gigantes, mas num piscar de olhos, era somente uma sombra que se desfazia no ar, como poeira. Às vezes, pareciam milhares de flechas e arpões que estavam sendo lançados de lugar algum, mas olhando ao redor, não se via sinais de buracos que pudessem ser causados por eles. 

E parando um momento, o jovem viu os tripulantes mortos. 

Era por isso que não andava em grupo.

Percebeu que tinham apenas algumas pessoas que gritavam e tentavam matar algo irreal, então ele pensou: não era verdade. Deveria ser algum tipo de magia, e o que estava fazendo o coração dos tripulantes parar de bater talvez fossem armadilhas, armas ou magias simples, que quando atacadas da maneira correta e certeira, estavam eliminando um a um. 

Eram fracos.

Por isso ele não andava em grupo.

Sem pensar muito, deixou-os enquanto pegava o único bote salva-vidas e saía dali. Os tripulantes viram suas intenções e partiram para cima dele. Aquilo era traição. Mas quando tentavam atacar, aquela sombra impedia. Coincidência? O meio-elfo acreditava que não. Estava predestinado a algo e nada de ruim iria acontecer com ele. 

Adentrou o bote que estava intacto, “milagrosamente”, e começou a se afastar do navio, sendo impulsionado pelas ondas através das pragas e maldições gritadas pelos que ficaram no navio e logo morreriam por sua culpa. 

Mas ele não se importava. 

Era melhor que eles.

A viagem que cobria o resto da distância não foi tão simples quanto imaginava, e mesmo sabendo que estava sendo guiado, acabou sendo jogado violentamente contra pedras pontiagudas de coloração preta, que detinham o brilho da lua sobre si, mesmo com as nuvens pesadas que cercavam o lugar. 

Quando abriu os olhos não sabia quantas horas haviam passado. Olhou para o céu, as nuvens estavam escuras e o ambiente não tinha um único ponto de luz. Será que havia passado um dia inteiro ou apenas alguns instantes desde que estivera no navio? Olhou para o mar. Parecia calmo, como se nunca tivesse sido tempestuoso. Não conseguia compreender, mas sentia que estava próximo de descobrir a magia primordial que tanto buscava.

Sorriu aliviado enquanto se levantava, agradecendo a visão no escuro que o permitia não estar totalmente cego, mas enxergando com muita dificuldade, usou um de seus truques, e buscando por uma pedra que coubesse em sua mão, iluminou-a proferindo algumas palavras, e logo o ambiente se mostrava mais simpático.

Se fosse durante o dia, a única coisa que poderia fazer alguém pensar que ali não era uma ilha paradisíaca seriam os grandes veios e musgo preto que circundavam as plantas e o cenário que estava ao redor. Se fosse outra pessoa, já teria buscado um jeito de ir embora. Mas ele estava ali, e ele queria o poder para si. 

Começou a adentrar a floresta, sem medo, como se já tivesse estado naquele lugar anteriormente, talvez em um sonho distante que tivera. Mas isso não importava. Ele apenas seguiu confiante, não prestando atenção ao seu redor, pois se o fizesse, perceberia que a floresta não continha os barulhos naturais que deveria ter. Andou até encontrar uma grande ruína que antes poderia ter sido qualquer coisa. 

Era o Templo. 

Ele sabia disso.

Caminhou em direção ao lugar totalmente hipnotizado pelas pedras negras que estavam caídas, percebendo que algumas áreas pareciam intactas. Lentamente foi até a frente do Templo e sorrindo, adentrou o local. 

As paredes eram lisas, cheias de rachaduras, sem adornos, tecidos ou objetos. Também não tinha poeira, o que levou sua mente a imaginar se o motivo era mágico ou se existiam criaturas que limpavam o local. Ele se sentia estático, como se estivesse preso no tempo, petrificado em um lugar que não fazia sentido, e a sensação perdurava mesmo estando em movimento através dos corredores largos.

Conforme andava desviando de destroços e detritos caídos, viu ao longe a sala central, com o que parecia ser uma espécie de trono. E no ímpeto de chegar lá, correu distraído em sua própria ansiedade, tropeçando, e como numa dança ensaiada, caiu em uma abertura no chão, provavelmente, uma das armadilhas do local que com a destruição, acabou abrindo mais e se transformou numa armadilha natural. 

Bateu nas paredes enquanto caía e se chocou contra o chão com muita força, sabendo que qualquer pessoa normal morreria no processo, mas como um aventureiro experiente, percebeu que apenas havia arranhado algumas partes de seu corpo. Respirou fundo tentando se recompor, mas quando ia se levantar, sentiu uma grande dor na perna, e antes que pudesse entender que não estava conseguindo se movimentar, foi atingido pelas pedras que se soltaram das paredes.

Acordou um tempo depois, totalmente no escuro, coberto por rochas e poeira. Sentou-se e começou a contabilizar os estragos: sua bolsa, com todos os componentes, estava longe. A pedra luminosa tinha se apagado. E ele estava repleto de cortes e sangrando mais do que estava acostumado. Mas seria fácil sair dali. Era preciso apenas conjurar algumas magias simples, falar algumas coisas, mexer seus braços, e pronto, iria pegar sua bolsa. Mas quando tentou conjurar, percebeu que suas mãos tremiam e o feitiço falhou.

Assustado, começou a pensar, até que percebeu: aquele material preto que circundava toda ilha tirava sua mana. Lembrou-se do poder do Lich. Todas as histórias que conseguia pensar lhe faziam ter a certeza: ele iria morrer ali. Desesperado, sua mente buscava por alguma solução, mas o que poderia fazer? Tentou de tudo, mas nada adiantava, então finalmente se rendeu aos gritos de socorro, mesmo sabendo que ninguém ouviria.

Após alguns momentos com seu pranto sendo dispersado pelos corredores, ouviu um arrastar lento acima de sua cabeça e olhando ao alto, percebeu uma Larva branca, do tamanho de seu antebraço, se aproximando pela parede. Limpou seus olhos das lágrimas enquanto o animal parava em sua frente.

Instantes silenciosos se passaram, enquanto ela lhe encarava, até que o ar foi cortado por uma voz rouca que ecoou, e mesmo que não estivesse vendo aquele bicho abrir a boca, sabia que vinha dele o que era ofertado de maneira sussurrada e convidativa:

“Você sempre esteve em templos e masmorras, e agora vai morrer sozinho… 
Ninguém vai te encontrar, porque ninguém se importa com você…
Você não precisa de ninguém. 
Posso te dar poder!
Tudo que quiser…
Você precisa me ajudar a te ajudar…
O outro que ajudei não era forte o bastante… 
Mas você parece ser… 
Você é forte… 
Mas vai morrer fraco…
Só quero que todos conheçam o que meu mestre tem a dar… 
Aceite minha ajuda!
Tenha o poder do conhecimento e da morte!”

Sua mente vagou conforme a proposta foi sendo efetuada. O mestre da larva era quem? Argen? A Morte? Se eles existiam, ele poderia pegar seus poderes? E o que ele teria a dar?

Essas e outras perguntas percorriam seus pensamentos, e aos poucos, conforme a Larva sussurrava promessas, ele cedeu. A fome, o frio, o sono e a sede também o influenciaram, mas não foram o fator principal: sua curiosidade, vaidade, ganância e orgulho foram revirados, pois o poder havia sido ofertado. 

Ele poderia ter tudo, certo? 

A Larva andou lentamente até o aventureiro que acenava sua cabeça em direção às promessas, e o bicho, subindo em seu peito, rapidamente cavou um buraco na direção de seu coração enquanto ele gritava de dor. 

Seu corpo e sua alma foram transformados, deixando-o com uma aparência diferente: pele murcha esticada sobre os ossos apareceram. Seus olhos sucumbiram à deterioração, e pontos verdes queimaram em suas órbitas vazias.

O silêncio durou horas, até que foi quebrado quando passos foram ouvidos vindos do largo corredor com a vala conforme aquela figura se aproximava do grande salão contendo o trono feito de ossos. Larvas de diferentes tamanhos apareceram, algumas subiram pelo seu corpo deteriorado carregando um grande e antigo manto vermelho com adornos dourados até seus ombros, onde mãos esqueléticas o prenderam sobre si. Iria encontrar a filactéria!

O Grande Lich estava de volta!


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Assim Nasce um Vilão – Prólogo em Enots #02

Revisão e Montagem da Capa: Isabel Comarella

 

Uma Densa Floresta – Falhas Críticas #101

Os aventureiros estavam em mais uma épica batalha contra um grupo de orcs inimigos em uma densa floresta, que estava sendo reivindicada por ambos os lados por diferentes motivos. Os contratantes dos aventureiros queriam proteger aquela região para que as árvores sagradas continuassem existindo, enquanto os orcs queriam expandir para construir maquinas de guerra.

Tinkerbell, olhando o campo de batalha, decidiu que subir nas árvores poderia ser uma estratégia boa, afinal, ele poderia usa-las como proteção. No meio da batalha, escalar seria arriscado, entretanto, para um mestre da acrobacia com altos níveis de destreza este tipo de ação seria extremamente corriqueiro. Então ele anunciou ao narrador a sua ação.

– Narrador, vou passar correndo com acrobacia pelo orc que estou lutando, e no embalo quero dar um salto na árvore, me segurar em um galho, girar e me lançar na direção de outro galho.

O narrador então pediu para que nosso Mateiro preferido rolasse o dado. E com um sorriso no rosto Tinkerbell lançou e….

O narrador então descreveu tudo, exatamente como o jogador havia descrito, com exceção do final, que durante o giro, o galho que o arqueiro estava segurando quebrou, fazendo com que ele fosse lançado com as pernas para cima em direção a árvore, impossibilitando ele de segurar, e fazendo-o cair em queda livre no chão.

* = Falha Crítica ou 1 no dado.


Tenha sua Falha Crítica Publicada

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Uma Densa Floresta

Texto de: Iury Kroff.
Adaptação: Douglas Quadros.
Arte de: Estúdio Tanuki.

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Peleja na Taverna – Falhas Críticas #45

O grupo estava na taverna quando irrompe uma briga. Contudo como acontece nessas situações, ninguém sabe quem começou, mas, do nada, todos estão brigando com todos, com garrafas quebras, cadeiras voando e dentes caindo.

Cada aventureiro declara suas ações, até que chega a vez de Tinkerbell, o arqueiro ranger, que pede para fazer um teste de observar para decidir onde e como se afastar da briga – . Com a falha crítica, o mestre segue com a seguinte descrição.

Tinkerbell é uma pessoa profundamente distraída, e não percebeu o que estava acontecendo de imediato. O mestre permite que ele role um teste para ver se saía do seu transe alcoólico.

… Tinkerbell saboreia um gole da sua caneca de cerveja. Ele diz “Nossa, como a cerveja daqui é boa, precisamos voltar aqui de novo. É uma taberna tão agradável.”

Três rodadas depois, nas quais Tinkerbell conseguiu se abaixar para pegar uma moeda no momento exato que uma faca passou zunindo onde estava sua cabeça, um cara que quase o acertou foi derrubado por um de seus companheiros e uma cadeira foi arremessada BEM NA SUA FRENTE, o arqueiro continuava bebendo sua cerveja como se nada estivesse acontecendo.

Até que na quarta tentativa ele finalmente teve sucesso em seu teste de percepção. Nessa hora, Tinkerbell se vira para o bar para pedir mais uma cerveja, e é nesse momento que ele percebe tudo quebrado, fogo em um dos cantos da taberna e a guarda da cidade entrando para pôr ordem no recinto que ele diz surpreso:
“Céus! Uma peleja na taverna!”

E se joga embaixo da mesa para se esconder…

Até a próxima…


Tenha sua Falha Crítica Publicada

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Peleja na Taverna

Texto de: Andarilho
Adaptação: Douglas Quadros.
Revisão de: Raul Galli.
Arte de: Estúdio Tanuki.

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NPCS – Felix Phestux

Felix Phestux é mais um personagem da série de postagens “Não Precisa Criar Sempre” ou N.P.C.S. Esta surgiu para que os mestres não precisem criar todos os npcs para sua campanha, ou seja, vamos montar um banco de personagens prontos para diversos sistemas. Este personagem foi desenvolvido utilizando o sistema Dungeons and Dragons 3.5, utilizando a classe que Ranger do Livro do Jogador.

Vamos disponibilizar para download a Ficha de NPC de D&D 3.5 (desenvolvida especialmente pela nossa equipe) preenchida com os dados do ranger e também (para jogadores que querem um personagem otimizado com progressão) um link do drive com uma ficha automatizada desenvolvida pelo Alexandre Mueller.

Faça o Download da Ficha clicando aqui!

Acesse a Ficha Editável clicando aqui!

Veja como Editar a Ficha do Felix Phestux clicando Aqui!

Felix Phestux

Felix é filho de camponeses em alguma aldeia distante das grandes metrópoles do reino, apesar de ter tido uma vida dura tendo apenas a enxada e o arado como companheiros desde a infância até o final da adolescência, ela era muito mais agradável do que a vida de aventureiro parecia ser. As gangues da cidade, as guildas e a corrupção não atraem quem vive no interior, pois no campo cada gota de suor é proporcional a realização que Felix podia sentir.

Leia a história completa de Felix Phestux clicando aqui!

 

Personagem Idealizado por: Rafhael Domingues
Ficha Editável Criada por: Alexandre Mueller.
Ficha Cards NPC Criada por: Douglas Quadros.
Personagem Ilustrado por: Iury Kroff.

 

NPC’s – Ficha de Patrulheiro D&D 3.5

A Ficha de Patrulheiro foi pensada para tentar facilitar a criação dos NPC’s (Non-Players Characters ou como chamamos em terras tupiniquins Personagens do Mestre) patrulheiros da sua campanha de Dungeons & Dragons 3.5.  Sobretudo essas fichas reduzem a quantidade de folhas que você vai precisar carregar para sua campanha, pois estão no formato de cards. 

Se você precisa de ajuda para a criação de patrulheiros com background diferenciado, clique aqui para ter ideias de plot e diferentes tipos de Patrulheiros.

Clique aqui para baixar a sua Ficha de Patrulheiro de D&D 3.5

Se você gosta do nosso conteúdo, ajude a espalhar a palavra disponibilizando o link desta ficha para download diretamente pelo nosso site. E se puder ajudar financeiramente, temos nosso ​Padrim ​que financia o projeto Movimento RPG. Aproveite e baixe também outras fichas clicando aqui.

Agradecemos seu download e boas rolagens!

 

História de Felix Phestux

Lembre-se esse é uma história criada para um post, para ver como chegamos a isso, clique aqui.

Ambições de uma vida diferente.

Felix é filho de camponeses em alguma aldeia distante das grandes metrópoles do reino, apesar de ter tido uma vida dura tendo apenas a enxada e o arado como companheiros desde a infância até o final da adolescência, ela era muito mais agradável do que a vida de aventureiro parecia ser. As gangues da cidade, as guildas e a corrupção não atraem quem vive no interior, pois no campo cada gota de suor é proporcional a realização que Felix podia sentir.

Era uma rotina, alimentar os animais pela manhã e depois ir buscar os ovos na casa do senhor Túlio, que tinha uma pequena fazenda á apenas alguns quilômetros. Mas o que mais encantava o jovem Felix era o sorriso de Lúcia, filha do senhor Túlio. Para ver os seus longos e belos cabelos dourados da cor do sol do amanhecer, Felix não se importava de andar todos os dias esses quilômetros, era um trabalho que valia a pena cada segundo e as vezes o garoto chegava mais cedo, apenas para passar mais tempo com a menina, que ainda coletava os ovos.

Duas vezes por semana, Felix precisava ir a cidade para comprar alimentos, ou trocar mercadorias por ferramentas. Essa cidade era muito pequena comparada as grandes metrópoles ao redor. A cidade possuía apenas uma pequena mas confortável estalagem para viajantes, um ferreiro para compra e venda de ferramentas, um estábulo para os animais, um açougue, e uma pequena loja de mercadorias variadas. O jovem quando visitava a cidade, ia até a loja para comprar e trocar mercadorias, e as vezes passava tempo demais na loja, isso tudo para também admirar a filha do senhor Otaviano, um antigo patrulheiro que fizera carreira rastreando bandidos a muito tempo, mas que agora cuidava deste armazém da vila. Rebeca auxiliava seu pai na loja com os pedidos menores.

Rebecca possuía lindos olhos castanhos claros e cabelos lisos marrons como a cor do mogno, e pele branca como a neve das montanhas do sul. Rebecca parece estar mais interessada do que Lúcia em algum tipo de relacionamento.

A idade já vinha chegando, e estava na hora de escolher uma esposa. Felix já possuía dezessete anos, e tinha dinheiro suficiente para comprar algum pedaço de terra para constituir família, como seus pais e avós fizeram antes dele. Os país de Felix escolheram algumas moças dos arredores para ele escolher uma como esposa. Sem dúvida boas mulheres que dariam boas esposas. Porém o tempo passou e o rapaz não pode escolher Lúcia, que se casou com um mascate e se mudou para longe. Rebecca por sua vez, estava mais linda do que nunca, o único problema é que ela também já estava na idade de escolher um marido, mas Felix nunca demonstrou interesse formal e ela voltou seus olhos pra Baden, o filho mais velho do Ferreiro.

Mas agora não era mais momento pra hesitar, Felix tomou a iniciativa, e resolveu correr atrás do tempo perdido, os dois se encontraram algumas vezes na estalagem local. Passaram mais tempo juntos até que Rebecca pudesse realmente entender quais eram suas intenções. Após alguns meses de muitas conversas, Felix levou em consideração que precisava mudar de vida se quisesse ficar com sua amada. E como parte do acordo de casamento, seu sogro pediu para que o jovem aprendesse um novo ofício.

Levou cerca de um ano para que Felix aprendesse a ler e a escrever com facilidade e além disso, também aprendeu o idioma do reino vizinho. Aprendeu matemática, leu livros sobre medicina natural e vários guias de plantas naturais. Seu ultimo teste foi um grande desafio, precisava rastrear e capturar o seu próprio mentor. Felix tinha um prazo de cinco dias para realizar a façanha, mas com todo conhecimento e técnica que aprendeu durante o treinamento, não levou mais que dois dias para encontrar Otaviano, que apesar de ainda possuir muitas técnicas, deixou um rastro com sua bengala.

Naquele dia após ter recebido a notícia de que se graduaria, Felix voltou pra casa muito feliz por ter conseguido finalizar a parte que faltava para tomar a mão de sua amada como esposa. Seus irmãos agora tomavam conta da fazenda já que seus pais eram velhos e não podiam mais dar conta de tantos serviços. Ao contar a boa notícia para eles, todos ficaram muito felizes com a notícia, até que um dos seus irmãos chegou com a notícia de que o caçula da família estava desaparecido a algumas horas.

Desesperados seus pais imploraram para que Felix o encontrasse. O recente rastreador então pegou seu arco, uma pequena armadura feita de couro de porco e embrenhou-se floresta adentro na esperança de localizar seu irmão desaparecido. Após algumas horas ao cair da noite, encontrou alguns rastros que indicavam que uma pessoa havia corrido, provavelmente fugindo de algo. Ele seguiu aqueles rastros que o levaram até uma clareira, plana com grama baixa, onde haviam marcas de sangue espalhadas por toda parte.  E no centro da clareira, cinco lobos comiam os restos do que parecia ser o corpo completamente desfigurado de seu irmão. Tomado pelo ódio, Felix pegou seu arco, puxou algumas flechas e as disparou duas flechas seguidas em direção aos lobos. Com uma precisão que somente o ódio permite dois deles caíram mortos na mesma hora. Os demais lobos, vendo o novo predador no local fugiram ganindo de medo.

Alguns meses após estes eventos, Felix agora já casado, mora numa pequena fazenda longe da cidade. Trabalha na sua fazenda, criando pequenos animais como ovelhas e galinhas, além de plantar alguns vegetais para se alimentar. Felix ensinou Rebecca a usar o arco e a espada para se defender quando necessário. Sua casa não é longe da estrada que leva para o reino vizinho, e um bom modo de fazer dinheiro é como guia para viajantes e refugiados. O casal oferece cama e comida para essas pessoas em troca de algumas moedas.

“Agora quem sabe o que eu Felix Phestux e minha esposa Rebecca Phestux, iremos passar, somente os deuses sabem, mas seja o que for, estaremos unidos.”

Rangers, estratégia e pragmatismo – Classes D&D

Olá cagadores, eu sou Willian Vulto e esse é o nono post da minha série sobre as classes de D&D. Semana passada eu falei sobre Feiticeiros e semana eu falo sobre os Rangers.

Sobre o Ranger

O Ranger é uma classe que é muito mal interpretada por que muitos jogadores (e mestres também) não entendem bem o por que de existir o Ranger. As ilustrações não ajudam muito também. Para muitos, o Ranger é um guerreiro elfo, ou um guerreiro humano que age como um elfo, ou guerreiro que tem um lobo, ou um simples arqueiro.

Obviamente o Ranger é mais do que isso e, para entender isso, é preciso entender de onde vem o termo Ranger. Ranger é normalmente traduzido como Guarda, ou Patrulheiro. É um termo utilizado pela polícia estadunidense para designar patrulheiros de áreas menos povoadas e mais ‘selvagens’, mas também pode se referir a um guarda florestal ou ambiental. O termo também já foi usado para designar os especialistas furtivos em bandos de ladrões. Imagine um bando de ladrões escondidos em uma floresta. Dentro desse grupo, existem aqueles que conhecem melhor o terreno e são mais furtivos, e são designados para vigiar a região identificando a movimentação de possíveis perseguidores.

 

 

Então, o Ranger é, na verdade, um especialista em um determinado tipo de terreno (o mais comum são florestas), e age de forma solitária naquele terreno, normalmente áreas afastadas. Apesar de parecer um Guerreiro em alguns momentos, o Ranger pode atuar quase como um Ladino, usando de furtividade e conhecimento do terreno para agir como um guerrilheiro. Além de dar porrada, o Ranger tem recursos interessantes, como sua habilidade de rastrear, seu companheiro animal e até algumas magias.

Então, o principal elemento de um Ranger é o terreno. Em que tipo de terreno ele vive e é especializado? Por quê? Como isso afeta o estilo do personagem.

 

 

Alguns Tipos de Rangers:

O Infiltrador:

O Infiltrador é uma espécie de O Guia (veja o post do Bárbaro), mas focado em ambientes de guerra. Imagine dois reinos em guerra, com tropas bem estabelecidas nas estradas e no mar. Felizmente um dos generais conhece um homem que vive na mata densa (ou outro terreno difícil) e pode servir de guia para que uma pequena tropa possa se infiltrar atrás das linhas inimigas. Esse personagem é um Ranger, que vai se aliar ao grupo e servir como um guia. Ele sabe lutar, mas sua principal habilidade é o domínio do terreno.

O Caçador de Criminosos:

A habilidade de rastrear e o conhecimento de terrenos são as grandes habilidades do Ranger. Se um grupo de ladrões, ou uma gangue de criminosos se esconde em uma floresta, você precisará da ajuda de um Ranger para encontrá-los. O Ranger pode atuar como um mercenário que oferece seus serviços para as autoridades das cidades próximas, sendo um clássico caçador de recompensas.

 

 

O Escalador:

O Escalador é bem parecido com o Infiltrador ou com um Guia, mas para ambientes exclusivamente montanhosos. Além de guiar uma pequena tropa, ele pode guiar o grupo para algum lugar alto e quase inalcançável. Se o grupo precisa alcançar o alto de uma montanha para pedir ajuda para o povo das fadas, é um Escalador quem vai se chamado para apoiá-los.

O Escalador pode usar a habilidade de combater com duas armas e lutar com um par daqueles martelos de escalada. Funciona bem e fica interessante.

Esse é um ótimo estilo para Ranger anão.

O Investigador:

Investindo nas perícias certas, é possível adaptar o Ranger para o ambiente urbano. Esse tipo de personagem funciona como um ladino bom em combate, aquele investigador que também cai na porrada, como os tiras durões de filmes dos anos 80. No lugar de um lobo, você tem um cão farejador. No lugar de Conhecimento da Natureza, você tem Conhecimento local, sabendo quem negocia com quem e como funciona a política local. Você deve ter as perícias Observar, Ouvir, Procurar, Sentir Motivação. E você pode usar armas curtas (duas, já que o Ranger pode combater com duas armas), já que vai ter que lutar em ambientes fechados, como becos e dentro de casas.

O Investigador é o rastreador urbano e pode atuar em tramas que aconteçam dentro de cidades. Pode ser um ambiente interessante para se colocar um Ranger.

 

 

O Guerrilheiro:

No post do Ladino, eu falei sobre o Guerrilheiro Urbano, que vai ser a resistência em uma cidade controlado por um exército. O Ranger funciona melhor em uma guerrilha clássica, na floresta, no pântano ou em terrenos mais difíceis. Ele pode se esconder nas árvores, atirar com o arco de forma muito precisa, rastrear inimigos, construir abrigos secretos e ainda usar o companheiro animal como olheiro nessa guerra.

O Guerrilheiro vai se posicionar como oposição à dominação de uma região. O exército invasor pode tomar a cidade, mas não vai conseguir tomar a valiosa mina que fica na floresta, por que lá existe a resistência.

O Guardião do Templo:

Esse é o Ranger mais ligado à natureza, transitando entre o Ranger, o Clérigo e o Druida. Esse Ranger pode ter alguma fé que o ligue a alguma localidade dentro de algum terreno que ele deve proteger, assim como o Protetor das Nascentes (veja o post do Druída). O Ranger pode ser um protetor de um antigo templo de um deus da natureza, ou de uma área sagrada para o povo das fadas.

Esse tipo de personagem vai fazer de tudo para impedir que invasores cheguem e saqueiem esses locais. O Guardião do Templo pode ser moderado ou totalmente radical, tentando matar quem se aproxime muito. O que ele protege, e como protege, pode variar. O principal é que, dentro daquele local, existe algo que merece ser protegido.

 

 

Em Resumo: O Ranger é alguém que entende o local onde vive e vai utilizar esse conhecimento para proteger algo (seja o próprio local ou algo dentro desse local), ou para tirar alguma vantagem tática disso. É isso que o faz diferente do Guerreiro, a tática e a estratégia.

Então, para fazer um Ranger, algumas perguntas são: Qual a especialidade? Por que ele luta? Como ele pode tirar vantagem dessa especialidade para esse objetivo? O Ranger é um personagem pragmático e prático.

Dá para fazer um Ranger mais interessante do que só um Arqueiro que tem um Lobo. É só não ter medo de ser criativo.

 

 

Então esse foi mais um texto meu.
Deixe sua opinião aqui nos comentários.
Espero estar de volta na semana que vem.

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